Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou hoje (14) que o delator do esquema de corrupção do Distrito Federal (DF), Durval Barbosa, disse, em depoimento, que fez mais pagamentos a Jaqueline Roriz além do que foi divulgado em vídeo. Segundo Gurgel, Durval afirmou que os pagamentos eram uma retribuição ao fato de Jaqueline não apoiar abertamente a campanha de Maria de Lourdes Abadia ao governo do Distrito Federal em 2006, mesmo fazendo parte da coligação de Maria de Lourdes.
“O depoimento de Durval Barbosa faz referência ao fato de que os recursos se destinariam a uma retribuição por uma atuação na campanha eleitoral, digamos, por não fazer campanha efetiva da coligação que ela integrava”, disse Gurgel, durante lançamento do Programa Nacional de Metas do Ministério Público. Gurgel disse que Durval mencionou valores no depoimento, mas não detalhou de quanto teria sido a retribuição.
Gurgel afirmou ainda que o depoimento de Barbosa não foi rico em detalhes e que o ex-assessor do governo do DF precisará ser investigado. O procurador, no entanto, disse que não é possível relacionar o caso de Jaqueline Roriz com a Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, apesar de os dois episódios envolverem Barbosa. O esquema de corrupção, envolvendo autoridades do governo local, deputados distritais e empresários do DF foi deflagrado com a operação. “O contexto da Caixa de Pandora se relaciona à campanha eleitoral, mas a certeza só virá com o fim das investigações”.
Em relação ao inquérito que tramita no Superior Tribunal de Justiça sobre o mensalão do DF – esquema de pagamento de propina a parlamentares e empresários – Gurgel afirmou que deve oferecer a denúncia em um mês. “A dificuldade [da apuração] se dá pela própria complexidade da investigação, que envolve um grande número de pessoas e a necessidade de ultimar diligências relacionadas às buscas e apreensão e a perícia”, justificou.
Edição: Lana Cristina