Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O tráfico de armas no estado do Rio será investigado por uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) instalada hoje (14) pela Assembleia Legislativa fluminense (Alerj). Além de detectar como os armamentos e munições entram no estado, a CPI também tem o objetivo de verificar se há participação de agentes públicos nesse mercado criminoso.
O presidente da CPI, deputado Marcelo Freixo (P-SOL), admitiu que os trabalhos serão mais complexos do que os feitos durante a CPI das Milícias, da qual também foi presidente, em 2009. Ele considera que o tráfico de armas gera mais lucro e também é mais violento do que o de drogas. “O tráfico de armas é mais complexo, mais lucrativo e, sem dúvida, mais perigoso. O crime não se organiza fora do estado. O crime se organiza sempre com braços dentro do próprio estado. Fora do estado é o varejo da barbárie e da criminalidade, não é crime organizado.”
Um dos primeiros atos da comissão será requisitar, com as forças públicas de segurança, incluindo o Exército, uma listagem de todas as pessoas investigadas por tráfico de armas nos últimos dez anos. “Se fosse para pegar nome pequeno não precisava de uma CPI. Se a gente precisar quebrar o sigilo bancário e telefônico de quem for, vamos fazer, vamos investigar. Essa listagem é o primeiro passo. Queremos saber todos os investigados nos últimos dez anos, para fazer um mapa de trabalho da CPI.”
A comissão terá a duração de cinco meses e, ao final, será feito um relatório. Freixo disse que as informações trazidas no relatório final da CPI da Câmara dos Deputados sobre o tráfico de armas (http://www.comunidadesegura.org/files/active/0/relatorio_final_CPI_armas.pdf), em 2006, também serão usadas. A comissão constatou na época haver no país 17,3 milhões de armas nas mãos de civis, sendo 4 milhões em poder de criminosos.
Edição: Aécio Amado