Lobão descarta falta de investimento no setor elétrico

28/02/2011 - 20h27

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Ao rebater hoje (28) as críticas ao setor elétrico nacional em função dos últimos episódios de queda no fornecimento de energia elétrica, como a que ocorreu na Região Nordeste no começo deste mês, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o setor é motivo de orgulho para todos os brasileiros. Durante a solenidade de transmissão de cargo do novo presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, Lobão afirmou que o setor elétrico “é robusto, é moderno, é confiável. Mas não é infalível”.

O ministro assegurou que “nunca se investiu no setor elétrico no país como agora”. Nos próximos dez anos, serão investidos R$ 388 bilhões, afirmou. Lembrou que nos oito anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, foram investidos R$ 41 bilhões em geração de energia, o que significa 38% de tudo que existe hoje no Brasil.

Ele admitiu que a área de transmissão ainda é fraca. “Não tem havido investimentos”. Informou que o país possui 100 mil quilômetros de linhas de transmissão, dos quais 24 mil quilômetros foram feitos nos últimos oito anos. “Isso equivale a 32% de tudo que existe”, disse. “Como é que podem dizer que não houve investimentos? Para dizer o mínimo, isso é querer tapar o sol com peneira”, completou. Segundo o ministro, essas obras custaram ao governo R$ 20 bilhões.

Edison Lobão defendeu ainda a construção de usinas nucleares no país. “Não constituem risco nenhum”. Lembrou que o governo pretende construir mais quatro usinas nucleares no curto prazo, sendo duas no Nordeste e duas no Sudeste. “Estamos na fase de localização dos sítios”.

O ministro de Minas e Energia também falou sobre a questão da proteção ambiental nos projetos do setor elétrico. “É dever de cada brasileiro, de cada ser humano”. Acrescentou, contudo, que “não podemos conduzir isso nos limites do absurdo”.

Ele citou o novo modelo de hidrelétricas desenvolvido no país, conhecido como o das hidrelétricas plataforma, que prevê o reflorestamento de toda a área desmatada no entorno das usinas e a manutenção de um núcleo mínimo de funcionários pelo sistema de revezamento por turnos, como ocorre nas plataformas de petróleo.

Lobão disse estar convencido de que o governo trilha o caminho certo para tornar o Brasil uma das economias mais desenvolvidas do mundo. Destacou, porém, que passar da oitava posição para a quinta colocação do ranking econômico mundial “seria uma quimera se não houvesse fornecimento de energia elétrica”.

 

Edição: Aécio Amado