Alana Gandra
Enviada especial
Petrópolis (RJ) – Propostas e ações para recuperação da cidade de Petrópolis, uma das que mais sofreram com as chuvas de janeiro na região serrana fluminense, serão avaliadas segunda-feira (21) pelo Conselho da Representação Regional Serrana da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). A representação atende aos municípios de Petrópolis, Areal, São José do Vale do Rio Preto, Três Rios, Paraíba do Sul, Levy Gasparian e Sapucaia.
O gerente regional da Firjan, Ary Pinheiro de Almeida Filho, informou que as enxurradas restringiram-se ao Vale do Cuiabá, no distrito de Itaipava, que representa 5% do município de Petrópolis. O centro histórico foi preservado. “Vamos ver como reverter a situação de tragédia econômica em Petrópolis, como colocar a cidade de novo nos trilhos, para evitar a repetição de um evento como esse, vamos ver como nos preparar para situações como essa.”
As empresas do município foram afetadas de três maneiras: algumas foram totalmente destruídas pelas chuvas, muitas perderam estoques e matéria-prima e paralisaram a produção, mas conseguiram consertar os estragos e estão se recuperando, e outras não foram diretamente atingidas, mas sofrem os efeitos da tragédia.
As que perderam estoques e matéria-prima, estima Ary Pinheiro, poderão voltar aos níveis de produção de antes das chuvas em um prazo de 30 a 60 dias.
“Nós temos dois tipos de tragédia. A tragédia em si, das chuvas, e a tragédia econômica, que estamos passando agora. As empresas que não foram atingidas pelas chuvas fazem parte da cadeia produtiva do turismo e, por conta do que foi veiculado, a população que vinha a Petrópolis nesta época, não tem vindo.”
Foram afetadas as pequenas confecções, a indústria moveleira e o trade turístico, que abrange as redes hoteleira e gastronômica, além do comércio e dos serviços.
De acordo com Pinheiro, em parceria com o Poder Público, a Firjan está trabalhando para recuperar as empresas, mostrando inclusive como elas podem ter acesso a financiamentos federais. como os concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Pinheiro disse que isso se aplica sobretudo às empresas que perderam toda a sua memória na enxurrada. “Então, como reconstruir uma empresa que hoje não tem documentação, garantias? É muito difícil.”
Levando em conta a situação de calamidade enfrentada pelas empresas que perderam tudo nas chuvas, a indústria está pedindo aos agentes financeiros flexibilidade no que diz respeito às taxas de juros e aos prazos de carência, para permitir que o setor se recupere.
Segundo Pinheiro, os serviços essenciais já foram restabelecidos em sua quase totalidade nas áreas afetadas pelas chuvas. Em algumas áreas, porém, ainda é necessário que a prefeitura remova a lama e facilite os acessos para que os serviços de energia, comunicação, água e luz, por exemplo, sejam retomados.
Edição: Nádia Franco