Da BBC Brasil
Brasília - As tropas do Exército e veículos militares que ocupavam desde a quinta-feira (17) o centro da capital do Bahrein, Manama, foram retirados na manhã de hoje (19), após a oposição exigir a retirada como pré-condição para o diálogo com a monarquia do país, que tem população de 800 mil pessoas.
A ordem para a retirada das tropas das ruas foi dada pelo príncipe Salman Bin Hamad al- Khalifa, encarregado pelo pai, o rei Hamad Isa al-Khalifa, de iniciar um diálogo com os grupos de oposição.
Segundo o correspondente da BBC em Manama Ian Pannell, forças da polícia estão agora encarregadas de bloquear as ruas que dão acesso à Praça Pérola, no centro de Manama, onde os manifestantes contra o governo se concentraram desde os primeiros dias de protestos.
Ontem (18), pelo menos 50 pessoas ficaram feridas após militares abrirem fogo contra os manifestantes que tentavam reocupar a praça, em meio aos funerais de quatro pessoas mortas na véspera durante a desocupação do local pelo Exército.
Hoje, membros do Wefaq, o principal grupo xiita de oposição ao governo do Bahrein, haviam rejeitado a oferta de diálogo nacional feita pelo rei Hamad e afirmaram que esperavam primeiro a renúncia do governo e a retirada das tropas do Exército das ruas de Manama.
Para a correspondente da BBC no país Caroline Hawley, a oferta de diálogo feita pela dinastia sunita pode ter sido anunciada tarde demais para acalmar os protestos.
“Para considerarmos o diálogo, o governo precisa renunciar e o Exército precisa se retirar das ruas”, afirmou Abdul Jalil Khalil Ibrahim, um dos líderes do Wefaq.
O grupo político xiita, que detém 18 das 40 cadeiras no Parlamento do Bahrein, se retirou do Legislativo em protesto contra a reação do governo às manifestações.