Indústria turístico-hoteleira enfrenta dificuldades em Itaipava

19/02/2011 - 17h39

Alana Gandra
Enviada Especial

Petrópolis (RJ) - Além da catástrofe provocada pelas chuvas de janeiro, a região de Itaipava, em Petrópolis, na serra fluminense, enfrenta agora dificuldades econômicas, geradas pelo esvaziamento da indústria turístico-hoteleira.

Segundo a gerente executiva do Petrópolis Convention Bureau, Márcia de Paula Francisco, na primeira semana após as enxurradas de 12 de janeiro, as pousadas e hotéis da cidade sofreram com o cancelamento total das reservas feitas até então.

Petrópolis tem quase 100 pousadas legalizadas, das quais cinco estão situadas no Vale do Cuiabá, em Itaipava, área mais prejudicada pelas chuvas no município. Uma delas, a Tambo De Los Incas, foi totalmente destruída. As demais conseguiram reparar os estragos e estão funcionando. Do total de pousadas e hotéis, 40 são associados ao Convention Bureau. Cada unidade da rede hoteleira tem entre seis e 120 acomodações.

Pesquisa feita pelo Convention Bureau na segunda quinzena de janeiro estima os prejuízos em R$ 1,7 milhão, o que significa 79% de cancelamentos somente em 25 pousadas do município consultadas.

Márcia de Paula disse que a tragédia impediu a contratação de 60% de mão de obra terceirizada pela rede hoteleira e de restaurantes no mês de janeiro. Esse tipo de trabalhador sempre é contratado pela rede nesta época do ano, porque a região é de veraneio, desde a época do Império. “Isso não ocorreu. Algumas pousadas deram férias à equipe”.

A tragédia dificultou também o movimento gastronômico da região, que ocupa a quinta colocação entre os melhores polos de gastronomia do país.

Também em janeiro, acrescentou Márcia, é feita a contratação indireta visando à alta temporada de inverno, que começa em abril e atinge o pico em junho e julho.
“Estamos trabalhando para que a situação do trade turístico melhore”. Isso envolve a indústria hoteleira e a gastronômica, além dos atrativos culturais da cidade. Reservas voltam a ser feitas nos hotéis, mas o ritmo ainda é reduzido.

"O telefone já começa a tocar. Não está uma maravilha, mas pelo menos a cidade não saiu do mapa”, disse ela, que acredita em volta à normalidade no setor a partir do carnaval.

Márcia destacou que, nesta semana, ao participar de evento do setor turístico em São Paulo, confirmou que é preciso veicular informações corretas e precisas sobre a tragédia na região serrana, para que as pessoas saibam que Petrópolis continua de pé, oferecendo aos turistas as atrações culturais e históricas de sempre e os produtos da indústria de confecções que fizeram da cidade um dos polos da moda nacional.

Edição: Nádia Franco