Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, informou hoje (6) que entre as metas projetadas pela indústria automobilística para 2011 está a de aumentar o volume de exportações ao nível de 2008, de US$ 13,9 bilhões. No ano passado, as vendas externas cresceram 54,7% sobre 2009, mas, ainda assim, ficaram abaixo dos resultados de 2008, somando US$ 12,8 bilhões. A projeção inicial da Anfavea aponta para um aumento de 1,6% este ano.
"Todos estão buscando o seu nicho de mercado e, sem dúvida alguma, a questão passa pelo câmbio. Esperamos que o dólar pare de cair”, disse Belini. Segundo ele, as montadoras instaladas no Brasil representam 23% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial, ocupando atualmente a quarta colocação no ranking mundial em vendas, atrás de China, Estados Unidos e Japão. Em produção, o país ocupa o sexto lugar.
O dirigente afirmou que, além do problema do dólar em baixa, faltam às exportações brasileiras ganhos de competitividade. Por isso, de 2010 até 2012, deverão ser investidos US$ 11,2 bilhões.
Pelas projeções anunciadas pela Anfavea, as vendas ao mercado interno devem crescer 5% este ano, atingindo 3,69 milhões de unidades comercializadas. Já a produção deverá ter uma expansão menor, de 1,1%, com 3,68 milhões. Com relação à participação dos veículos importados no mercado brasileiro, a associação estima que cresça de 18,8% para 22% até o fim do ano.
Cledorvino Belini manifestou otimismo quanto ao desempenho do governo sob o comando da presidenta Dilma Rousseff. “Estamos confiantes que o novo governo vai possibilitar um bom desenvolvimento econômico, com o controle da inflação, mantendo o equilíbrio entre inflação e juros”.
Quanto aos efeitos do aumento do depósito compulsório bancário, adotado no mês passado pela autoridade monetária para frear o crédito ao consumidor, Belini disse que a medida não afetou as vendas de veículos. “O mercado continua dinâmico e robusto”. Ele, no entanto, admitiu a possibilidade de um desaquecimento neste início de ano, lembrando que, tradicionalmente, nos últimos dez anos, sempre há uma queda em torno de 27% nos negócios nessa época.
Edição: Vinicius Doria