Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse hoje (27), em entrevista à Agência Brasil, que o governo federal ainda gasta pouco com o setor de saúde, que, em sua avaliação, é financiado em grande parte pelas famílias e pelo setor privado.
Segundo Temporão, o país gasta atualmente cerca de 7% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil com a saúde da população – o equivalente a R$ 300 bilhões por ano.
“O problema é que apenas 40% desses gastos em saúde são públicos. Os outros 60% são recursos da iniciativa privada. Ou seja, quem financia a saúde pública no Brasil são as famílias e as empresas, pois o governo gasta pouco. É essa equação que tem que mudar. Agora de onde vão sair os recursos novos para melhorar o financiamento do sistema público é um problema que cabe ao Congresso Nacional, ao novo governo e à sociedade resolver”.
Ao falar do fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), derrubada pelo Congresso Nacional, o ministro – que será substituído por Alexandre Padilha na pasta da saúde do novo governo - Temporão afirmou que o fim da CPMF retirou, em quatro anos, R$ 24 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento para o setor (o PAC da Saúde).
O ministro, no entanto, não quis se manifestar sobre a possibilidade da volta da contribuição, como chegou a ser cogitada. “A essa altura do campeonato eu já não sou nem a favor, nem contra - muito pelo contrário. Há, porém, um consenso generalizado entre os especialistas de que o sistema público de saúde precisa de mais recursos. Agora como vai ser feita essa equação de garantia de recursos adicionais, é uma outra questão”.
Edição: Aécio Amado