PPS pede afastamento de Gim Argello da relatoria do Orçamento

06/12/2010 - 18h42

 

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O PPS defendeu hoje (6) o afastamento do senador Gim Argello (PTB-DF) da relatoria-geral do Orçamento de 2011. A oficialização da proposta do PPS será feita amanhã (7) à Comissão Mista de Orçamento do Congresso com base nas denúncias de que o senador teria destinado recursos de emendas parlamentares para entidades fantasmas e “laranjas”.

O presidente nacional do PPS, deputado eleito Roberto Freire (SP), entende que o afastamento do senador Gim Argello é necessário neste momento. “Diante das denúncias contra o senador, torna-se incompatível sua atuação como relator do Orçamento. Caso contrário, teremos de novo o Congresso envolvido com uma CPI [comissão parlamentar de inquérito] do Orçamento”, disse Freire fazendo referência ao escândalo do Orçamento em 1993.

O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) alerta que as denúncias precisam ser amplamente investigadas. Segundo ele, a manutenção do senador na relatoria do Orçamento coloca sob suspeita todo o planejamento financeiro da União para 2011. “De imediato, o partido vai pedir o afastamento. Até porque quem deveria zelar pela lisura do Orçamento, no caso o senador Gim Argello, está no centro do escândalo. Não podemos macular o Orçamento Geral da União”, disse.

O Senador Eduardo Suplicy (PT-SP), um dos autores do requerimento para CPI dos Anões do Orçamento em 1993, disse que conversou hoje com o senador Gim Argello, por telefone, e pediu a ele que esclareça as denúncias o quanto antes. Para Suplicy, é uma situação que afeta não só a Comissão de Orçamento, mas todo o Congresso Nacional. Segundo ele, é preciso examinar bem a necessidade ou não de uma CPI para investigar as denúncias.

Suplicy disse ainda que as denúncias podem ser “devidamente” esclarecidas pelo relator. “É necessário que ele esclareça ao Congresso Nacional e à opinião pública [as denúncias] de que não houve, da sua parte, qualquer envolvimento com entidades fantasmas”.

 

Edição: Aécio Amado