Paulo Virgílio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A criação de mecanismos que venham a facilitar a circulação da produção cultural entre os países que integram o Mercosul foi o principal tema discutido na 31ª Reunião de Ministros da Cultura do Mercosul, hoje (20), no Hotel Intercontinental, em São Conrado, zona sul da cidade. O encontro, aberto pelo ministro da Cultura do Brasil, Juca Ferreira, debateu, entre outras iniciativas, a criação do Fundo Mercosul Cultural, a ser formado por contribuições dos países membros, com o objetivo de estimular ações e projetos comuns em diversas áreas da cultura.
Para o ministro Juca Ferreira, é preciso criar um mercado comum cultural no âmbito do Mercosul. “Eu acho que estamos atrasados em relação a criar um mercado comum audiovisual, não só cinematográfico como de televisão. A Argentina está vivendo há décadas um boom cinematográfico, mas os filmes argentinos só chegam ao nosso mercado de vez em quando, trazidos por distribuidoras americanas”. Embora citando o cinema como exemplo, o ministro disse que isso se aplica a outras manifestações culturais.
Outro ponto discutido na reunião foi a criação da Secretaria Técnica do Mercosul Cultural, que ficará encarregada de promover reuniões temáticas sobre estratégias comuns em áreas como diversidade cultural, patrimônio, indústria cultural, sistemas de informação e audiovisual. Nesse processo de intercâmbio, o ministro Juca Ferreira considera que “a pujança do Brasil em relação a seus vizinhos não deve se constituir numa relação de desigualdade. O intercâmbio cultural talvez seja a instância mais importante do Mercosul, porque vai criar o sentimento de pertencermos a uma mesma região”, disse.
As ações de integração cultural, não só com o Mercosul mas também com outros blocos e países, são fundamentais, na visão do ministro Juca Ferreira. “O Brasil é um país muito ensimesmado, mas estamos caminhando para ser a quinta economia do mundo e um país com relevância mundial e regional e precisa compreender que seu destino depende dessas relações internacionais”. Para o ministro, nem mesmo a precariedade de recursos com que lida a área justifica o que chama de “provincianismo cultural”.
Além de Ferreira, participaram do encontro os ministros da Cultura do Uruguai, Ricardo Ehrlich, do Paraguai, Ticio Escobar, do Peru, Juan Ossio e a diretora nacional de Política Cultural e Cooperação Internacional da Argentina, Monica Guariglio.
Edição: Aécio Amado