Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A moeda norte-americana subiu mais 0,41% no pregão de hoje (22) quando foi cotada a R$ 1,707 para compra e a R$ 1,709 para venda, fechando a semana com valorização acumulada de 2,58%.
O mercado à vista do dólar operou ligeiramente no vermelho durante toda a parte da manhã, e só começou a valorizar-se depois que o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, falou da possibilidade de novas emissões externas de títulos públicos em reais, como forma de “segurar” o câmbio.
A manifestação do secretário do Tesouro fechou uma semana que começou com o anúncio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, segunda-feira (18) à noite, de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 4% para 6%, nas aplicações estrangeiras em renda fixa no mercado interno, justamente para conter a desvalorização acentuada do dólar nas últimas semanas.
O IOF já havia aumentado, há duas semanas, de 2% para 4%, mas o efeito mostrara-se inócuo. Agora, no entanto, o novo reajuste coincidiu com a inesperada elevação dos juros pela China, depois de uma estabilidade de três anos.
Além do aumento do IOF sobre aplicações, a taxa cobrada na margem de garantia das bolsas, que era de 0,38% também passou para 6%; e na quarta-feira (20) o Conselho Monetário Nacional (CMN) baixou mais duas medidas para fechar possíveis brechas à evasão de IOF em outras transações externas.
Em reunião extraordinária, o CMN ampliou o controle sobre capitais externos e vedou a realização de operações de aluguel, troca e empréstimo de títulos, de valores mobiliários e de ouro como ativo financeiro, feitas por instituições autorizadas pelo Banco Central a funcionar no segmento de câmbio.
A conjunção dessas medidas foi suficiente para dar novo fôlego à cotação do dólar, embora as atenções do mundo financeiro estejam voltadas para a reunião do G20, que começou hoje, na Coreia do Sul, e prossegue por todo o fim de semana, com o objetivo de discutir medidas para evitar conflitos cambiais.
Enquanto o dólar se recupera, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operou o dia inteiro de forma instável. Subia e descia ao sabor de notícias externas e fechou o pregão com queda de 0,18%. O Ibovespa, principal índice, terminou o dia com 69.529 pontos depois de realizar 484.020 negócios no valor de R$ 6,279 bilhões.
Edição: Aécio Amado