Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Saúde quer que os médicos da rede pública incentivem os homens a fazer exames preventivos na mesma época em que suas parceiras estiverem fazendo o exame pré-natal. O governo vai passar a orientação aos estados e municípios e, cada um, definirá a estratégia para levar a recomendação à comunidade. Uma das ideias é que a mulher leve o companheiro nas consultas médicas durante a gestação, quando o profissional de saúde poderá agendar exames de prevenção para o pai, principalmente de aids, sífilis, hepatites B e C, coração e taxa de colesterol.
“Vamos procurar formas para que [o homem] tenha mais contato com o serviço de saúde. Isso já acontece na rede privada”, explicou o diretor do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do ministério, José Luiz Telles.
Pesquisas indicam que os homens procuram menos o atendimento médico em comparação com as mulheres. A maioria vai ao hospital ou posto de saúde quando já está doente. De acordo com o diretor, a questão cultural é o principal fator que leva o homem a negligenciar os cuidados com a própria saúde. “A nossa cultura diz que ser homem é não ser vulnerável. Só procura o médico quando não consegue mais trabalhar”, disse Telles.
Segundo o diretor, alguns municípios já adotaram programas para aumentar o número de consultas e exames entre a população masculina, entre eles Ribeirão Preto e Várzea Paulista, ambos no estado de São Paulo, e o Rio de Janeiro. Um levantamento do ministério mostra que algumas das principais causas de morte entre os homens são as doenças cardiovasculares e cerebrais, além da violência. Eles vivem, em média, sete anos menos que as mulheres.
Em agosto de 2009, foi criada a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. As prefeituras que aderem à política recebem repasse federal de R$ 75 mil para implantar projetos. Atualmente, 80 municípios aderiram à política.
Edição: Vinicius Doria