Luiz Antônio Alves
Correspondente da Agência Brasil na Argentina
Buenos Aires - Uma nova tentativa de mediação no conflito entre a Venezuela e a Colômbia será feita agora à noite pelo secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas, Néstor Kirchner. Ele se reunirá em Caracas, capital da Venezuela, com o presidente Hugo Chávez.
Kirchner já está no Palácio Miraflores, sede do governo venezuelano. Segundo o secretário-geral da Unasul, no encontro com Chávez será feita uma "análise da estrutura da organização e das políticas que possam gerar uma visão concreta sobre os temas que atualmente nos preocupam".
Enquanto Kirchner e Chávez estiverem reunidos, os assessores do secretário-geral da Unasul, Juan Manuel Abal Medina e Rafael Folonier, manterão encontro com o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro. Chávez rompeu relações diplomáticas com o governo de Álvaro Uribe no dia 22 de julho, após denúncia do governo colombiano sobre a presença de 1,5 mil guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia (Farc) em território venezuelano. Uribe afirma que a permanência das Farc na Venezuela é tolerada por Chávez.
Para o presidente venezuelano, as acusações são parte de uma desculpa para justificar intervenção armada da Colômbia em seu país. Chávez acredita que essa intervenção conta com o apoio dos Estados Unidos. Uribe, que passa a presidência colombiana para Juan Manuel Santos no próximo sábado (7), desmentiu qualquer iniciativa de seu governo para intervir na Venezuela.
Amanhã (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará em Caracas para encontro de trabalho com Chávez e também intermediará a crise diplomática. A reunião será no Palácio Casa Amarela, sede da Chancelaria venezuelana. Néstor Kirchner estará presente ao encontro. No mês passado, o governo venezuelano pediu uma sessão extraordinária da Unasul para tratar da crise entre Caracas e Bogotá. Chávez queria que os 12 países da organização - Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela - elaborassem um plano de paz para resolver o conflito.
A reunião de chanceleres da Unasul ocorreu em Caracas no último dia 30 de julho, mas não chegou a um consenso que definisse soluções para resolver a crise diplomática. Os chanceleres informaram que a tarefa de reaproximar a Venezuela e a Colômbia ficará a cargo dos presidentes de todos os países que integram a Unasul.
Edição: João Carlos Rodrigues