Ministro cubano nega existência de presos políticos em seu país

05/08/2010 - 15h43

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, negou hoje (5), após audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a existência de presos políticos em seu país. Segundo ele, todos foram “condenados por delitos previstos em lei”.

No mês passado, um grupo de sete dissidentes cubanos, com suas respectivas famílias, foi para a Espanha, depois de um acordo firmado entre os governos cubano e espanhol e a Igreja Católica de Cuba.

Bruno Rodríguez disse que esse assunto e a libertação dos presos políticos estavam entre os diversos temas tratados com o presidente Lula no encontro, que durou cerca de uma hora.

Perguntado se Lula fez algum um apelo relativo à questão dos direitos humanos em Cuba, o chanceler respondeu que foram tratados todos os temas de interesse mútuo e que “foi uma conversa proveitosa e produtiva”.

Ao final de encontro, Rodríguez defendeu a decisão da Venezuela de romper relações diplomáticas com a Colômbia e afirmou que a aproximação colombiana dos Estados Unidos representa um perigo para a soberania dos países sul-americanos.

“A existência de bases militares americanas na Colômbia, o crescimento dos pressupostos militares norte-americanos para operação na América Latina e no Caribe, a posição americana favorável ao golpe em Honduras, uma doutrina militar que inclui a intervenção em nossa região e a existência da Quarta Frota em operação na região da América Latina e do Caribe constituem um perigo para a estabilidade e a paz na região e ferem a soberania de todos os países”, afirmou.

O ministro disse que o governo venezuelano tem direito de se defender de ameaças e provocações. Segundo ele, Cuba sempre buscou o diálogo e a cooperação nos processos de paz na região e mantém relações muito estreitas com a Venezuela. Por isso, acrescentou, em caso de agressão à Venezuela, é óbvio qual será a posição de Cuba”.

Edição: Nádia Franco