Comércio recupera vendas, segundo pesquisa da Serasa

04/08/2010 - 18h12

Marli Moreira

 

Repórter da Agência Brasil

 

São Paulo - O comércio varejista voltou a registrar aquecimento das vendas em julho, depois de um fraco desempenho no mês anterior, atraindo, principalmente, os consumidores interessados nas promoções das revendas de carros novos. Segundo o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, calculado com base em consultas feitas com 6 mil empresas da rede varejista, houve uma expansão de 0,9% ante 0,1%, em junho.

 

O maior aumento das vendas foi constatado nas lojas de veículos, motos e peças, com alta de 5,3%. Esse resultado mostra a recuperação, porque em junho o movimento havia caído em 4,1%.

 

Dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), indicam um aumento de 12,25% nos negócios envolvendo todos os tipos de veículos, passando de 411.288 para 461.672 unidades.

 

Só os emplacamentos de automóveis e comerciais leves cresceram 15,27%, somando 285.299 .

 

“Em julho, tivemos o efeito da Copa do Mundo e do feriado de 9 de julho em São Paulo. Mesmo assim, o mercado evoluiu, mostrando que a tendência é de crescimento”, disse por meio de comunicado o presidente da Fenabrave, Sergio Reze.

 

O economista Luiz Rabi, gerente de indicadores da Serasa Experian, também atribuiu aos jogos da Copa do Mundo a estabilidade das vendas do comércio varejista como um todo, uma vez que em dias de apresentação da seleção brasileira muitos estabelecimentos interromperam, momentaneamente, as atividades.

 

No entanto, ele aponta outros fatores que influenciaram nesse resultado como o fim dos estímulos fiscais e o comprometimento da renda com as compras a prazo, no caso do segmento automotivo. Na avaliação do economista, a recuperação em julho decorreu, basicamente, das promoções que acabaram compensando, de certa forma o retorno da incidência normal do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

 

Apesar de prever uma evolução favorável para o segundo semestre, Rabi diz que o crescimento ocorrerá “com menor velocidade” porque o mercado ainda não repassou ao consumidor do varejo o aumento da taxa básica de juros, a Selic.

 

Ele observou que desde maio o rítmo de crescimento vem se reduzindo, no acumulado do ano, sobre igual período de 2009. Em julho, as vendas foram 10,5% superiores ante 10,7%, em junho e 11%, em maio.

 

O segmento de veículos também foi o que obteve o melhor resultado de janeiro a julho, com alta de 17,6%, seguido pelo setor de móveis eletroeletrônicos e informática (17,6%) e material de construção (16,7%). Este último, tinha apresentado retração de 4,1%, em junho e saltou para uma alta de 1%, em julho.

 

Outros setores que igualmente reverteram quedas foram: tecidos, vestuário, calçados e acessórios ( de -2% para 1,3%); combustíveis e lubrificantes ( de -1,1% para 1,1%) e supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas ( de -0,2% para 0,7%).

 

Edição: João Carlos Rodrigues