Parlamentares latino-americanos discutem legislação de combate ao terrorismo internacional

15/07/2010 - 21h56

Luiz Antônio Alves
Correspondente da Agência Brasil na Argentina

Buenos Aires – Quarenta parlamentares latino-americanos reuniram-se hoje (15), na capital argentina, para lembrar e discutir os 16 anos do atentado terrorista contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), a sede social da comunidade judaica que vive no país.

Na manhã do dia 18 de julho de 1994, um carro-bomba com 300 quilos de explosivos invadiu o prédio e explodiu, matando 85 pessoas e ferindo 300. Os parlamentares reunidos em Buenos Aires não só lembraram as vítimas do atentado, mas também expuseram e discutiram suas diferentes visões do combate ao terrorismo internacional.

O presidente do Congresso Judeu Latino-americano, organização que promove o encontro, é o brasileiro Jack Terpins. Ele disse à Agência Brasil que os responsáveis pelo atentado contra a Amia foram identificados, mas, 16 anos depois, ainda não foram punidos. Um deles, segundo Terpins, é alto funcionário do governo do Irã.
 

"Quatro anos atrás, tivemos a ideia de reunir parlamentares de vários países para que eles soubessem que o inimigo mora ao lado. Da mesma forma que os terroristas agiram na Argentina, poderiam ter agido no Brasil, no Uruguai, no Paraguai ou em qualquer outro país. O processo contra os autores do atentado foi reativado e as familias das vítimas clamam por Justiça".
 

Terpins disse ainda que "o encontro que fazemos em Buenos Aires é, também, um ato em memória dos mortos no atentado da Amia, uma vez que o Congresso Judeu Latino-americano representa politicamente todos os judeus do continente".

No final da tarde de hoje, os parlamentares latino-americanos divulgaram uma declaração afirmando que "o terrorismo cumpre com seu objetivo quando paralisa, amedronta, atenta contra o crescimento dos povos e contra a busca da verdade". Ainda segundo o documento, a globalização é terreno fértil para difundir facilmente a violência e o ódio. Graças a essa facilidade, "a discriminação, a xenofobia e o desprezo pelos direitos humanos mais elementares, como a própria vida, crescem sem grandes dificuldades e incovenientes".

Diante dessa realidade, os parlamentares propõem o trabalho conjunto dos legisladores latino-americanos para que os respectivos governos tenham instrumentos para prevenir e combater o terrorismo. "É o Estado, sob o amparo das leis, que deve defender os cidadãos contra o terrorismo e preservar os valores de paz e de justiça de todos aqueles que constroem nossas sociedades".

A delegação brasileira no encontro é formada pela assessora especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Clara Ant; pelo deputado federal Walter Feldman (PSDB/SP); e pelo vereador Floriano Pesaro (PSDB/SP).
 

Amanhã, quando termina o encontro, uma cerimônia será realizada no local onde existia o antigo prédio da Amia destruído no atentado de 1994.
 

 

Edição: Rivadavia Severo