Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O chefe do Departamento de Controle e Análise de Processos Administrativos Punitivos, Cláudio Jaloreto, acredita que a tendência é aumentar o número de processos administrativos gerados por práticas ilícitas em cooperativas. Segundo ele, os processos contra instituições financeiras, por sua vez, tendem a ser mais complexos e em menor quantidade.
“A fiscalização está sendo mais criteriosa. Até 2005 só um departamento cuidava de bancos, cooperativas, consórcios, corretoras etc. Como os bancos são os que têm mais risco sistêmico, toda a prioridade era para eles. Aquelas outras instituições não tinham tanta fiscalização assim”. Com a reorganização da fiscalização do BC, aumentou a detecção de irregularidades, principalmente em cooperativas.
“Coincidiu com o incentivo de aumento das cooperativas de crédito. São mais de 4 mil cooperativas no país, em praticamente todo o Brasil. Quanto maior o número, maior a possibilidade de irregularidade”.
Outro problema observado nas cooperativas é a gestão “precária” do segmento. Para Jaloreto, como o setor está se estruturando, a governança está aumentando, e há as cooperativas centrais que também trabalham como auxiliares do Banco Central.
“Elas fazem uma fiscalização, um controle, o que ajuda a melhorar. Mas enquanto isso não matura, a tendência é aumentar o número de processos por esse lado”.
A instauração de processo administrativo do BC tem origem nos Departamentos de Prevenção a Ilícitos Financeiros e de Demandas de Informações do Sistema Financeiro (Decic), de Supervisão de Bancos e Conglomerados Bancários (Desup) e de Supervisão de Cooperativas e Instituições Não Bancárias (Desuc). O processo fica por conta do Departamento de Controle e Análise de Processos Administrativos Punitivos (Decap).
Edição: Tereza Barbosa