Da Agência Brasil
Brasília - Foram a julgamento hoje (10) mais três acusados de participação na chacina do Presídio Urso Branco, em Porto Velho (RO). Os três réus, Assis Santana da Frota, o Assis, Cirço Santana da Silva, o Cirção, e Alexandre Farias, o Carioca, negaram participação nos crimes. Cirção e Carioca alegaram que estavam em local isolado quando 27 presos foram mortos.
Segundo Cirção, logo após a tentativa de fuga, um grupo de 45 detentos, inclusive ele, foi isolado dos demais numa área próxima à administração do presídio. Ele afirmou ainda que o grupo chegou a ser agredido pelos policiais. “Fomos colocados agachados no chão em duas carreiras e fomos espancados pelos policias militares”, disse durante o interrogatório. Por sua vez, Carioca disse que estava isolado juntamente com Cirção e outros presos no momento em que aconteceram as mortes.
O julgamento continua amanhã (11), com os debates entre a defesa e a acusação. Até o fim deste mês os demais 11 acusados também serão julgados. Na última quinta-feira (6), os primeiros dois réus a irem a julgamento foram considerados culpados. Michel Alves das Chagas e Anselmo Garcia de Almeida foram condenados a 486 anos e 445 anos de prisão respectivamente.
A chacina ocorreu em 2002 durante uma das rebeliões mais sangrentas da história do país, quando 27 presos foram mortos. O caso é considerado o maior assassinato coletivo de presos do país depois do Massacre do Carandiru em 1992, em São Paulo. No Carandiru, uma invasão policial para acabar com uma rebelião causou a morte de 111 detentos.
As mortes no Presídio Urso Branco ganharam repercussão internacional pela brutalidade, que envolveu até decapitação, choque elétrico e enforcamento.
Edição: Aécio Amado