Itamaraty avalia encontro do Ibas e do Bric como um marco da diplomacia brasileira

16/04/2010 - 20h16

Luiz Antônio Alves
Repórter da Agência Brasil

 

Brasília - O encontro de chefes de Estado dos países que formam o Ibas (Brasil, Índia e África do Sul) e o Bric (Brasil, Índia, Rússia, Índia e China) ocorrido ontem (15), no Itamaraty, ficará marcado na história da diplomacia brasileira porque em um único dia países em desenvolvimento conseguiram realizar todas as negociações que estavam previstas para se estender ao longo de dois dias.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, "não é comum acontecer duas cúpulas e quatro reuniões bilaterais simultaneamente. A importância do encontro, além disso, não se limita aos aspectos econômicos, mas políticos também". Segundo o ministro, as reuniões do Ibas e do Bric mostram aquilo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já vem dizendo há algum tempo, ou seja, o Brasil está contribuindo para o surgimento de uma nova geografia mundial.

"Hoje em dia", disse Amorim, "uma reunião do Bric merece mais atenção do que um encontro do G7, e com razão, porque dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que 60% do crescimento da economia mundial nos próximos seis, oito anos, virão do Bric". O encontro, segundo o ministro, não se limitou a planos e projetos, resultando também em acordos práticos.

"No caso do Ibas", disse, "decidiu-se pelo lançamento de um satélite que terá o nome do grupo. Esta é uma cooperação que vai da alta tecnologia a programas sociais e a publicações de estatísticas que levam ao conhecimento recíproco. Estamos falando de países que, individualmente, já têm um Produto Interno Bruto (PIB) maior que o dos Estados Unidos e da União Europeia, quando se levam em conta critérios de poder de compra. Isso é uma coisa notável", afirmou.

O ministro Amorim acrescentou que foram dados passos importantes também no caso do Bric. "Os bancos de desenvolvimento" disse, assinaram acordos e houve um primeiro seminário dos bancos centrais para discutir aspectos monetários, sobretudo a questão do comércio com moeda local".

 

 

 

Edição: Aécio Amado