Amorim diz que países do Ibas podem ajudar em negociações pela paz no Oriente Médio

16/04/2010 - 21h12

Luiz Antônio Alves
Repórter da Agência Brasil

 

Brasília - A reunião entre o ministro de Negócios Estrangeiros da Autoridade Nacional Palestina, Riad Al-Malk, com ministros do Ibas (Brasil, Índia e África do Sul) ocorrida ontem (15) em Brasilia, foi mais um passo relevante para ampliar os esforços pela paz no Oriente Médio. Não é possível esperar que ações concretas aconteçam imediatamente mas é importante que exista o interesse e o diálogo das nações envolvidas nos conflitos do Oriente Médio com os países do Ibas, como grupo, ou mesmo individualmente.

A avaliação é do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, durante entrevista hoje (16), no Itamaraty. Amorim disse que há uma certa percepção de que os países que estão sempre tentando negociar a paz no Oriente Médio esgotaram seus argumentos e que, agora, precisam do apoio de outras nações. "Hoje", disse, "o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Ahmet Davutoğlu, afirmou que os próprios países que estão lá já se cansaram, não têm mais ideias, não conseguem mais pensar. O que se vê na crise do Oriente Médio é que a cada visita que se faz à região a situação está pior".

O ministro Ahmet Davutoğlu, que também participou da entrevista, comentou a situação do Irã e disse que a preocupação da Turquia é que não ocorram ataques militares na região e muito menos exista uma corrida nuclear no Oriente Médio. O ministro criticou ainda a aplicação de sanções políticas e econômicas contra o Irã porque elas não funcionam.

O desejo da Turquia, disse, é exatamente o contrário. O país acredita que as relações econômicas entre os países da região podem favorecer a paz. Se houver sanções contra o Irã, afirmou o ministro, a Turquia também será atingida. Por isso, o governo turco quer sinais positivos que levem à paz.

O ministro Celso Amorim falou que se o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovar sanções contra o Irã, o Brasil cumprirá a determinação. Segundo o ministro, caso isso aconteça é improvável que haja algum prejuízo nas relações econômicas do Brasil com o Irã porque empresários são cautelosos e sabem onde os seus investimentos devem ser feitos.

Segundo o ministro, nada impede que o Bric também participe desse esforço em busca da paz no Oriente Médio, uma vez que trata-se de um grupo especial de países. "São três grandes democracias, três países etnicamente diversificados e, além disso, cada um deles está em continentes do mundo em desenvolvimento".

 

 

Edição: Aécio Amado