Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou suspeita de sobrepreço nas obras de implantação do metrô entre as cidades de Taguatinga e Ceilândia no Distrito Federal (DF). A estimativa é que na fase de construção das estações, o prejuízo aos cofres públicos chegue a R$ 11,7 milhões.
De acordo com o ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, esses indícios referem-se à primeira parte da auditoria nas obras do metrô. Há uma segunda fase para investigar o financiamento de R$ 260 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) para a aquisição de 12 novos trens e modernização da frota atual. Também nesses contratos firmados com a empresa Alston, de acordo com a CGU, há suspeitas de sobrepreço.
A investigação envolve cerca de R$ 30 milhões. A auditoria teve início em dezembro, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a deflagração da Operação Caixa de Pandora que identificou um esquema criminoso de desvio de recursos públicos e pagamento de propina que seria comandado pelo então governador José Roberto Arruda.
Ao todo, foram fiscalizados 21 órgãos do governo do DF. Muitas outras irregularidades foram encontradas pela CGU que recomendou a suspensão de repasses federais ao governo distrital.
Os indícios de desvio de recursos federais pelo governo do DF, de acordo com a CGU, até agora ultrapassam R$ 100 milhões. Foram identificadas mais de 170 irregularidades nas áreas de educação, saúde e obras. Além de desvio de recursos, há indícios de pagamentos por obras não realizadas, superfaturamento, beneficiamento de empresas privadas e fraudes em licitações.
Edição: Rivadavia Severo