Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (25) que, após aprovar a licença-maternidade de 180 dias para as trabalhadoras grávidas, o Brasil precisa criar um mecanismo para evitar que a medida acabe prejudicando as mulheres.
Ao discusar durante a abertura do 2º Congresso de Mulheres Metalúrgicas do ABC Paulista, em São Bernardo do Campo (SP), Lula afirmou que, na década de 1970, as mulheres grávidas e casadas eram discriminadas pelas empresas e tinham dificuldade para ser contratadas.
“É preciso que, ao conquistar [a licença maternidade] de 180 dias, a gente não permita que a lei seja proibitiva para as empresas contratarem mulheres. Senão, daqui a pouco, os homens vão ser contratados para substituir as mulheres”, disse o presidente.
“Precisamos ficar atentos para que, ao ser aprovada [a licença], seja criado um novo mecanismo que não permita que se utilize subterfúgios para não contratar as mulheres para trabalhar nas fábricas”, discursou Lula, ao lado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e da secretária de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire.
Para uma plateia majoritariamente feminina, Lula disse que as mulheres têm evoluído no Brasil e vêm conquistando espaços que antes eram ocupados apenas por homens. “As mulheres estão ficando espertas. Lembro que o sindicato contribuiu muito para isso. A participação politica das mulheres contribuiu muito para isso. Onde antes só trabalhavam homens, hoje trabalham mulheres.”
O presidente ainda aconselhou a população feminina que busque seu espaço e não espere que os homens compreendam a importância delas dentro de casa e também no mercado de trabalho.
“Vocês têm que aproveitar [a suposta fragilidade das mulheres]. Primeiro, parem com essa bobagem de acreditar que o homem é quem vai dar espaço para vocês. Dentro da casa de vocês se não brigarem não terão espaço. Não existe essa de ficar esperando o marido evoluir para vocês ocuparem espaço”, ressaltou.
Lula disse ainda que o 2º Congresso de Mulheres Metalúrgicas do ABC deve agir como uma “caixa de ressonância” para as outras categorias profissionais e sirva também de base para a criação de novas leis que beneficiem as mulheres.