Zilda Arns precisou adiar a viagem ao Haiti algumas vezes no ano passado, relata freira

15/01/2010 - 13h45

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - A expectativa da médicaZilda Arns com a viagem ao Haiti foi grande. Desde agosto do anopassado, ela teve vários contratempos que a obrigaram a adiaralgumas vezes o embarque. A informação foi dada hoje (15) pela irmãRosângela Maria Altoé, que assessorou a médica em sua viagem aopaís caribenho.Emocionada, ela contouque a médica estava feliz com o resultado da palestra, já que ospresentes demonstraram muito interesse pelo trabalho das pastorais daCriança e do Idoso. Segundo ela, ao final da apresentação, ZildaArnas respondeu a várias perguntas de religiosos que participaram doevento. Enquanto a médica conversava com o coordenador do evento,Padre William, a religiosa foi buscar o material da palestra e abolsa de Zilda.“Naquele momento, oprédio começou a balançar de um lado para o outro, eu ouvi umestrondo como se fosse uma bomba e em questão de 30 segundos, oprédio ruiu”.Nesse momento, eladisse que subiu tanta poeria que a impedia de respirar. Segundo areligiosa uma laje que caiu a seu lado a impedia de ver o que estavaacontecendo.Ela disse saltou os escombros até chegar à rua, sem saber o que aconteciarealmente. Ao chegar à rua, as pessoas lhe perguntavam por Zilda.Ela ainda quis voltar ao prédio, mas viu que não tinha condição eali entendeu que seria um milagre encontrar a médica viva.“O que eu vi na ruanunca vou esquecer. Na escola ao lado do prédio eu ouvia gritos decrianças e via o desespero das mães procurando seus filhos. Foi aíque entendi o que havia acontecido”.Segundo a religiosa, domomento em que ouviu o barulho até chegar à rua devem ter passadocinco minutos. Ela disse que não consegue até agora assimilar o que aconteceu, quejamais vai esquecer o que viu mas seu consolo é que Zilda Arns deu avida pela Pastoral.“Viveu 26 anos emmissão e morreu trabalhando”.