Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A falta de águapotável, os corpos em decomposição espalhados pelas ruas e aproliferação de roedores e moscas aumentam a possibilidade deepidemias e surtos de doenças no curto e longo prazos no Haiti,atingido no último dia 12 por um terremoto de 7 graus na escalaRichter.Entre as doenças que mais ameaçam estão asdiarreias, provocadas pelo consumo de água e alimentos contaminados.Com a situação, podem surgir, no médio prazo, casos de hepatite A,doença que demora até 50 dias para se manifestar e é passada deuma pessoa para outra.“São grandes as chances de epidemias de médio e longo prazos. Oideal é fazer uma vacinação em massa para evitar esse ônus àpopulação”, disse à Agência Brasil o professor dedoenças infecciosas da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), Edimilson Migowski.O professor recomenda também a instalação de grandes caixasd´águas, banheiros químicos e a distribuição de alimentos nãoperecíveis. Segundo ele, o Haiti poderá enfrentar ainda surtos deleptospirose, tétano e difteria.O epidemiologista José Ricardo Pio, doDepartamento de Saúde Pública da Universidade de Brasília (UnB),alerta para o agravamento de outras doenças por conta da interrupçãodo tratamento, como a aids, cuja incidência é grande no país.Desde a década de 80 do século passado, cerca de 300 mil pessoas jámorreram de aids. “Até a normalização do cotidiano, muitaspessoas terão a situação de uma doença pré-estabelecidaagravada”, disse Ricardo Pio.O atendimento médico está prejudicado com adestruição de parte da rede hospitalar da capital haitiana, PortoPríncipe. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS),pelo menos oito hospitais e centros de saúde foram danificados oudestruídos.A organização não governamental Médicos SemFronteiras socorre os sobreviventes em tendas improvisadas. A maioriados pacientes tem fraturas, ferimentos na cabeça e queimaduras.