Gilberto Costa e Antônio Trindade
Repórteres da EBC
Brasília - A participação doBrasil no atendimento às vítimas do terremoto que devastou o Haitina última terça-feira (12) e na sua reconstrução deveráaumentar, acredita o ministro em exercício da Secretaria Especialdos Direitos Humanos, Rogério Sottili. “Outros órgãos dogoverno, além dos militares, e organizações não governamentaistêm papel fundamental na ajuda àquele país.” Ele integrou acomitiva brasileira, chefiada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim,que esteve em Porto Príncipe, capital haitiana, nesta semana. “Oque me impressionou foi a sensação de desespero e abandono.”Sottili retornou hoje(15) do Haiti, onde esteve por dois dias, chocado com o desamparo dasvítimas. “Há fome, falta água, falta combustível. É o caos”disse o ministro à Agência Brasil. “A gente se perguntava'será que era o fim do caminho?”.Nas ruas de PortoPríncipe, relatou o ministro, há “cheiro de morte no ar”,corpos jogados pelo caminho e muita gente sem ter para onde ir.“Vimos pessoas à deriva na rua com mala e sacos na cabeça, comose caminhar fosse levar a algum lugar.”Para Sottilli, atragédia provocada pelo terremoto acentua ausência do Estado e afalta de assistência à população. “O Poder Público, ausente,não consegue dar conta do problema que o o povo vive”Ele avalia que a forçade paz da Organização das Nações Unidas (ONU) terá de mudar deatuação. “A missão da ONU era uma missão de paz. Agora é umamissão de guerra. Uma guerra para enfrentar a doença, a fome, apeste, para ainda encontrar sobreviventes, para enfrentar osescombros e a insegurança que tudo isso causa. Não é mais umamissão de paz. A força de paz que está lá terá dificuldades eela está se reestruturando para poder dar conta disso.”O ministro relatou quea ajuda humanitária está chegando do mundo todo. “Quarta-feira àtarde, quando pousamos, a única aeronave estrangeira era abrasileira. Na volta, não parava de chegar aviões”, contou.