Campanhas políticas sem emoção levam ao desânimo e à pouca participação no Chile

15/01/2010 - 8h43

Renata Giraldi
Enviada Especial
Santiago (Chile) - A corrida presidencial mais disputada do Chile nos últimos 20anos não atraiu a emoção dos eleitores. Nas ruas de Santiago, são rarasas propagandas políticas enquanto jovens e adultos não levam o assuntopara suas conversas. O desânimo e a descrença são tão intensos queobrigaram a presidente chilena, Michelle Bachelet, a apelar à populaçãosobre a necessidade de participação nas eleições do próximo domingo (17).SegundoBachelet, a campanha da oposição de que a violência e a falta deoportunidade de emprego no Chile atingem níveis preocupantes passam umaimpressão negativa sobre o país no exterior. Para ela, é fundamentalque os eleitores reajam a isso, e o caminho é o das urnas. No Chile,tradicionalmente, o presidente da República não pode interferirdiretamente no processo eleitoral. Mas pode participar nos bastidoresde seu candidato.Especialistas afirmam que os candidatos, ooposicionista Miguel Sebastián Piñera, da coligação Alianza(centro-direita), e o governista e ex-presidente Eduardo Frei Ruiz, daConcertación (de Bachelet), não conseguiram provocar os debates nem oentusiasmo do eleitorado. Isso não ocorreu nem mesmo na reta final dacampanha."Não vejo muita diferença entre um e outro candidatosinceramente. Para mim é tudo muito parecido", disse o motorista detáxi Juán Viera. "Talvez se um deles apresentasse algo de novo, derealmente diferente, aí sim poderia entusiasmar", completou outrotaxista Pedro García.Em busca da emoção e atração de votos,Piñera e Frei resolveram sair às ruas das principais cidades chilenasnos últimos dias. Eles conversam com eleitores, perguntam quais sãoseus desejos e dão muitos cumprimentos. Em geral mantêm os mesmosdiscursos de palanque e feitos à imprensa.No caso dooposicionista, o tom é a necessidade de mudança, enquanto oex-presidente opta pela necessidade de manter e ampliar as conquistasrealizadas por Bachelet – direitos previdenciários e trabalhistas,construção de creches e apoio ao trabalho da mulher.