Setor imobiliário pede inclusão de imóveis usados no programa Minha Casa, Minha Vida

12/01/2010 - 15h38

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Representantes do setorimobiliário entregaram hoje (12) ao ministro do Trabalho e Emprego,Carlos Lupi, uma série de revindicações, entre as quais a inclusãodos imóveis usados no programa Minha Casa, Minha Vida. Eles pedem ainda que oFundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) possa ser usado parafinanciamento imobiliário também em municípios distantes até 120quilômetros da cidade de origem do trabalhador e o aumento de R$ 20mil no limite do valor do imóvel. O programa prevê financiamentosespeciais para a população com faixa de renda de zero a dezsalários mínimos. Lupi considerou razoáveis as trêsreivindicações, mas disse que não pode garantir sua aprovação,porque o conselho que decidirá a questão é formado por trêspartes. Quanto aos imóveis usados, o ministro lembrou que já existeuma linha de financiamento específica. “Quando falam naampliação dos valores, conforme o mercado, já fizemos isso naúltima reunião do conselho”, afirmou o ministro. Ele explicouque, nos grandes centros urbanos, os valores são diferentes dos quevigoram no interior. Sobre o pedido de extensão dos financiamentos acidades mais distantes da localidade onde mora o comprador, ele disseque é interessante e que será levado à apreciação do conselho.“Se depender de mim, ele [o conselho] irá aprovar.”Oministro disse desconhecer a afirmação atribuída a movimentossociais de que a prioridade do programa Minha Casa, Minha Vida nãotem sido a população que recebe até três salários mínimos. “Oprograma tem R$ 24 bilhões à disposição de quem ganha nessa faixade renda, que são as chamadas casas subsidiadas com o dinheiro doFGTS.” Ele acredita que o país viverá em 2010 o melhorano para a geração de emprego, desde 2003, porque o mercadointerno está muito aquecido, com ganhos reais de salário. Todo oambiente está preparado para um crescimento forte da economia e,principalmente, para a geração de empregos. “Geramos em torno de1 milhão de empregos em 2009, no auge de uma crise, e esperamosgerar mais de 2 milhões de empregos em 2010, o que significará umnúmero recorde , para um ano na história do Brasil”. Ele negouque sejam exageradas suas previsões de crescimento de 7% da economiado país, porque “tudo está conspirando a favor do Brasil”. Opresidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de SãoPaulo, José Augusto Viana Neto, destacou que os empregos geradospelo Minha Casa, Minha Vida são temporários, perdurando por nomáximo dois anos. Para ele, não se pode ficar preso ao fato de nãose conseguir resolver o problema da habitação com imóveis novos,quando há recursos para isso.Viana Neto disse que nãocritica o programa, mas ressaltou que, agora que a economia estárecuperada e os recursos disponíveis para atendimento dos maisnecessitados, é preciso disponibilizar os imóveis que já estãoprontos com preços que caibam nesse programa habitacional. “Em SãoPaulo, temos inúmeros imóveis disponíveis para atender o públicode imediato. É uma revindicação honesta e justa”, afirmou.Parao coordenador-geral da União dos Movimentos por Moradia, José deAbraão, as construtoras não atendem a demanda por moradia daspessoas com renda de até três salários mínimos. “Quandoatendem, são conjuntos de qualidade muito ruim, comhabitações de 40 metros quadrados.” Ele disse que épreciso exigir que as construtoras passem a garantir essa demanda.”Abraão informou que omovimento defende dimensões de pelo menos 46 a 50 metros quadradospara as moradias e participação popular na realização dosempreendimentos. De acordo com ele, há uma exclusão muito grandedessa parcela da população, que é a que mais precisa.