Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho Nacional de Saúde (CNS) interrompeu sua primeira reuniãoordinária do ano para prestar homenagem à ex-coordenadora da Pastoralda Criança Zilda Arns (75 anos), morta no terremoto ocorridoontem (12) em Porto Príncipe, capital do Haiti.. Ela foiconselheira do CNS por 15 anos.Para o presidente do conselho, Francisco Batista Júnior, a morte foi uma grande perda. “A dona Zildatem uma história e um papel político relevante. Ela dedicou a vida aosexcluídos com princípios que defendemos, como o da prevenção à saúde”,lamentou.Além da área de saúde, a morte de Zilda Arns foilamentada por defensores dos direitos humanos. O advogado Fábio KonderComparato ficou chocado ao saber da morte e disse que Zilda erauma apóstola do bem. "Ela consagrou a vida ao que é mais valioso que nóstemos, nossas crianças”, lembrou. Para o presidente da Ordem dos Advogadosdo Brasil (OAB), Cezar Britto, Zilda era uma referência.“Ela morre no palco da luta pelos direitos humanos”, reconheceu.Segundoo professor de jornalismo Elson Faxina, da Universidade Federal doParaná (UFPR), que trabalhou oito anos com Zilda Arns, a missionáriamorreu como desejava. “Uma vez perguntei se ela não iria se aposentar eela respondeu que não pararia de trabalhar: espero morrer no meio deuma comunidade nossa, não ficar em casa esperando a morte chegar'”, lembrouFaxina.