Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Adecisão final sobre a compra dos 36 aviões de combate para a ForçaAérea Brasileira (FAB) não vai ficar para o próximo governo, garantiuhoje (13) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele justificou ademora na escolha entre as três propostas apresentadas (a sueca, a francesae a norte-americana) para aquisição dos equipamentos militares dizendoque a compra não se trata apenas de um acordo comercial, mas dasoberania brasileira.“Pode ser este ano, obviamente que nãoposso deixar [para o próximo governo]. O governo passado já deixou paramim. Quando entrei em 2003 tinha que tomar essa decisão, mas aconteceque eu tinha que escolher entre combater a fome ou comprar avião e eupreferi combater a fome no país. Por isso que não dei prioridade”,disse Lula, logo após a cerimônia de assinatura de acordos de cooperaçãocom as 12 cidades-sede da Copa de 2014.“Essa questão do caçanão é uma questão comercial comum, não é um acordo eminentementeeconômico. Vou comprar um porque é mais barato. Estamos tentandomostrar para a sociedade brasileira que estamos discutindo a soberaniado nosso país, inclusive a tecnológica”, acrescentou o presidente.Lulaargumentou ainda que o Brasil “ganhou um outro perfil” dentro daeconomia mundial e isso, além da descoberta do pré-sal e da da defesada Amazônia, justifica o investimento na compra dos caças. “Agora,o Brasil ganhou outro perfil. Além da Amazônia poderosa, com relevânciano mundo pela questão climática, temos a nossa amazônia azul, são oitomil quilômetros de costa marítimae ainda com o pré-sal lá dentro. Portanto, aumentou muito a nossaresponsabilidade para cuidar dos interesses nacionais”, pontuo Lula.“Queremos nos transformar em uma nação grande economicamente,tecnologicamente e em uma nação que tenha no âmbito da defesa o tamanhoda própria importância da nação brasileira. É assim que a gente vaiagir”.