Candidatos a presidente do Chile se enfrentam em debate

12/01/2010 - 7h32

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Pela primeira e únicavez, os candidatos a presidente do Chile o empresário SebastiánPiñera (Alianza), e o governista e ex-presidente Eduardo Frei Ruiz(Concertación) se enfrentaram ontem (11) à noite em um debate.O debate ocorreu a seis dias do segundo turno das eleições. Em duashoras houve perguntas, respostas e provocações mútuas. Piñerareiterou seu discurso sobre a necessidade de mudanças, enquanto Freiafirmou ter ouvido o alerta das urnas, no primeiro turno.No primeiro turno, realizado em 13 de dezembro do ano passado, ocandidato da direita, Piñera, saiu na frente com 44,23% , enquantoo esquerdista Frei conseguiu 30,5%. O destaque ontem durante odebate, do qual fizeram parte vários jornalistas de veículosdiferentes, foi o esforço dos dois candidatos de buscar meios paraampliar as ofertas de empregos.Piñera disse que vaicriar 1 milhão de empregos, mas Frei rebateu, informando serimpossível atingir esta meta. Segundo o ex-presidente da República,no máximo poderiam ser criadas 800 mil oportunidades de trabalho. Oempresário devolveu afirmando que quando foi presidente da República(de 1994 a 2000), Frei criou apenas 50 mil postos de trabalho.De acordo com aimprensa chilena, o debate teve momentos de tensão, uma vez que oformato do encontro permitiu que Piñera e Frei ficasse frente afrente e, em algumas situações, lado a lado. Apontado como alvo desimpatias de correligionários do ex-presidente Augusto Pinochet,Piñera desconversou, afirmando que formará um governo com uma“nova geração de chilenos” e negou a existência derepresentantes do antigo regime na sua equipe, embora não considereisso “um pecado”.Com o apoio de vários partidos, Frei foi questionado sobre comoconseguirá governar com a presença de tantas forças política nasua base de governo. Segundo ele, mesmo sendo um governosuprapartidário terá liberdade e autonomia. De acordo com oex-presidente, todos os governos conseguem atuar com o apoio detantos partidos políticos.No próximo dia 17 (domingo), cerca de 9 milhões de eleitoreschilenos devem ir às urnas. O primeiro turno das eleições nãoestimulou o eleitorado chileno. Dois candidatos foram tirados dopáreo: o independente Marco Enriquez-Ominami Gumucio e o de extremaesquerda, Jorge Arrate.Nos último dias Frei ePiñera se esforçaram para conquistar o eleitorado deEnriquez-Ominami, que obteve 14% dos votos, no primeiro turno.Oficialmente, o independente negou que apoiaria um dos candidatos,mas nos bastidores aceitou conversar com Frei Rui. Arrate, por suavez, que obteve pouco mais de 5% dos votos, declarou apoio aoex-presidente da República.Uma das surpresasdestas eleições foi que a presidente do Chile, Michelle Bachelet,que recentemente obteve 81% do apoio popular não conseguiutransferir votos para seu candidato – Frei. Segundo especialistas, no país não há a tradição de transferência de votosporque a presidente não pode participar diretamente das campanhas,embora nos bastidores atue.