Artesãs de comunidades pobres expõem na Bolsa de Negócios durante o Fashion Rio

12/01/2010 - 17h16

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Serviço Brasileirode Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio de Janeiro(Sebrae/RJ) promove nesta primeira edição da Bolsa de NegóciosRio-à-Porter, integrada ao Fashion Rio, o Espaço EmpreendedorismoSocial. Nela, estão reunidas artesãs de cooperativas de comunidadesfluminenses de baixo Índice de Desenvolvimento Humano(IDH).“Essa é a condiçãosine qua non [paraparticipar da iniciativa]”,disse hoje (12) a gerente da Assessoria de Projetos Especiais doSebrae/RJ, Márcia Manhães. Há quatro anos, o Sebrae realiza umtrabalho específico voltado a comunidades de baixo IDH em todo oestado do Rio.De acordo com Márcia,a metodologia é voltada à potencialização de vocações de gruposmultissetoriais. Com a iniciativa, explica ela, o Sebrae/RJ busca acapacitação, o aumento da renda média mensal e a continuidade dosgrupos produtivos”.A entidade temindicadores que vão medir a cada seis meses a atuação de seusconsultores e os resultados alcançados. “Se já é um desafiopara o micro e pequeno [empresário], o que se dirá agora em setratando de comunidades de baixa renda”, assinalou Márcia.O EspaçoEmpreendedorismo Social abrange um universo de 40 grupos produtivosde comunidades de baixo IDH. Na Bolsa Rio-à-Porter, estãorepresentados 11 desses grupos, que foram pré-selecionados peloSebrae/RJ. “A gente coloca a comunidade para fazer um planejamentoestratégico. O grupo senta para falar dele, para pensar em pontosfortes e fracos e expor sonhos para a gente sair com uma agenda detrabalho para os próximos três anos”, disse Márcia.Sob o tema DOM(dignidade, ousadia e maestria), as 11 cooperativas apresentam aoslojistas brasileiros e compradores estrangeiros, durante a Bolsa deModa, peças feitas à mão, com identidade própria, e detalhes emrenda, tricô, fuxico e bordados. Três grupos mostram aindatrabalhos apresentados no Salão Prêt-à-Porter de Paris, em 2009,que renderam mais de 200 contatos e negócios efetuados com lojistasaté do Japão.A coordenadora do grupode Bordados de Natividade, Alcione Gonçalves Vieira, lembrou que ostrabalhos começaram há cinco anos na Secretaria de Bem-Estar Socialdo município, com 20 mulheres. Hoje, o grupo reúne cerca de 60artesãs fixas e está caminhando para a legalização, por meio daformação de uma cooperativa.Márcia informou tambémque o projeto promove a inclusão social dessas artesãs de baixarenda, porque elas obtêm respeito ao seu trabalho e passam a serprotagonistas de sua vida. “O projeto permite que elas tenhamlucro, mantenham uma renda mensal e continuem a existir”.