Prefeitura de Angra desiste de pedir desligamento de usinas nucleares

03/01/2010 - 23h16

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A prefeitura de Angra dos Reis desistiu de pedir o desligamento dasusinas nucleares Angra 1 e Angra 2. A assessoria de imprensa doprefeito Tuca Jordão informou hoje (4) que as condições climáticasmelhoraram e não há risco iminente do fechamento da BR-101, queapresenta trecho com problemas por conta das últimas chuvas.AEletronuclear, operadora das usinas, esclareceu ontem (3), em nota, que“não se configura um cenário de obstrução de estradas que impeça, nomomento, a execução total, sem limitação, do Plano de Emergência - noqual estão previstas ações de evacuação de moradores - aprovado, testado,revisado e periodicamente exercitado”.O documento da estatalrespondia a uma solicitação do prefeito de Angra, de desligamento das usinas logo após o fechamento da BR-101,na noite de sábado (2).Por conta de uma rachadura na asfalto, que poderia partir a pista aomeio, a rodovia ficou interditada por mais de 12 horas e só foi aberta,parcialmente, no domingo (3). Hoje(4), o superintendente regional do Departamento Nacional deInfraestrutura de Transportes (Dnit), Marcelo Cotrim, voltou a informarque monitora a estrada e se houver chuva, os técnicos vão verificar apossibilidade de fechar novamente a rodovia. Para justificar onão desligamento de Angra 1 e 2, a Eletronuclear também lembra que asusinas são responsáveis pelo abastecimento de 40% da energia consumidano estado do Rio de Janeiro eque desligá-las “sem uma real necessidade técnica seria um ato de gestãoirresponsável, dada sua contribuição para o Sistema Elétrico Nacional”.Nadocumento enviado ao prefeito, a estatal reforça que devido aomoderno sistema de segurança e contenção de material radioativo, é“pequeníssima” a possibilidade de ocorrer uma emergência. E que outrasestradas de acesso à cidade, como a RJ-155, entre Lídice e Rio Claro,poderiam ser utilizadas como vias de escape da população.