Para de chover em São Luiz do Paraitinga mas 2 mil famílias continuam desabrigadas

04/01/2010 - 12h41

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Pelo menos 2 mil famílias continuam desabrigadas e 200 desalojadas por causa das chuvas da última sexta-feira(1º) em São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, que deixaram a cidadepraticamente submersa. Parou de chover na região e o sol reapareceu hoje (4), mas o nível de água do Rio Paraitinga aindaestava 6 metros acima do nível normal, no final da manhã, embora tenha baixado à metade. As informaçõesforam dadas pelo Corpo de Bombeiros de São José dos Campos, a cerca de 100quilômetros desse município. Permanecem no local auxiliando no atendimento às vítimas das enchentes 58 bombeiros e 20 viaturas, junto com equipes do Exército, Defesa Civil e Polícia Militar. De acordo com os bombeiros, cerca de mil voluntários ajudam adistribuir alimentos e prestam solidariedade aos desabrigados. No entanto, aparecem também pessoas oportunistas, que aproveitam a situação de caos para saquearresidências alagadas e roubar objetos do rico acervo do patrimôniohistórico da cidade. Ainda não há um levantamento preciso sobre todos os danosprovocados nos prédios históricos datados dos séculos 19 e 20, entre osquais estão a Igreja Matriz de São Luiz de Tolosa, que desabou.Segundo nota da Defesa Civil do estado, cerca de 5 mil pessoas chegaram a ser removidas de suas casas durante as cheias.Aindanão foi restabelecido o sistema de telefonia, nem o fornecimentogeral de energia elétrica. A Companhia de Saneamento Básico do Estadode São Paulo (Sabesp) enviou 2 mil litros de água potável em copos de200 mililitros. A Defesa Civil também avalia moradias que estão emáreas de riscos.Na cidade de Cunha, próxima a São Luís do Paraitinga, a prefeitura decretou estado de emergência. Dez pessoas morreram em consequência das chuvas no estado, seis delas em uma área ruraldesse município, todas da mesma família, que estavam no local parapassar a virada do ano. Restou apenas uma sobrevivente do grupo, quecontinua hospitalizada. Segundo o coordenador da Defesa Civilde Cunha, Cristóvão Alves da Silva, mais de 90 residências foramafetadas, mas a extensão dos danos ainda está sendo avaliada. Cunhainformou que a área rural foi bastante castigada pelo transbordamento dedois rios: Paraitinga e Jacuí, e isso afeta a principal fonte derenda da região, que vem da pecuária e da produção de leite, em torno de 60 millitros por dia.Ele disse que a energiaelétrica foi parcialmente restabelecida e que a grande dificuldadede socorro técnico é a péssima situação das estradas. De acordo com Cunha, foram registradas na região mais de 400 queda de barreiras, além deas enchentes terem comprometido o estado das pontes, impedindo o acessopor terra a várias localidades.Para minimizar o drama dos desabrigados oudesalojados, cujo número ainda está sendo calculado, a prefeitura temobtido doações e só o volume enviado pela Defesa Civil do estado inclui 300 cestas básicas e produtos para higiene pessoal.