Governo envia especialistas ao Suriname para atender brasileiras vítimas de estupro

03/01/2010 - 23h46

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma equipe formada porduas assistentes sociais e uma psicóloga da Secretaria Especial dePolíticas para as Mulheres viaja na tarde de hoje (4) para oSuriname. O objetivo é examinar as 20 mulheres que afirmam ter sidovítimas de estupro e outras formas de violência sexual durante o ataque contra brasileiros ocorrido em uma região de garimpo no país vizinho. Apartir dessas avaliações, serão enviados médicos.Asubsecretária de Enfrentamento à Violência da Secretaria Especialde Políticas para as Mulheres, Aparecida Gonçalves, disse àAgência Brasil que o trabalho das assistentes sociais epsicólogas é a primeira etapa das atividades. “Precisamossaber quais são as necessidades e dar o atendimento a essasmulheres. Elas precisam ser avaliadas e conforme cada situação seráenviado um médico”, disse a subsecretária. “As vítimas deviolência sexual precisam de um acompanhamento psicológico porque otrauma é muito grande.”Depois dessa primeira avaliação,segundo Aparecida Gonçalves, a secretaria e a Embaixada do Brasilanalisarão se será necessário encaminhar médicos para o Suriname.Os médicos, se forem enviados, farão um trabalho de contracepçãoao prescrever a pílula do dia seguinte e exames para verificaçãode aids e outras doenças sexualmente transmissíveis e aids.Hápouco mais de uma semana, as autoridades do Suriname mantêm oreforço do policiamento na região de Albina (localizada a 150quilômetros de Paramaribo, capital do Suriname), onde houve o ataquea brasileiros na véspera do Natal e também pelo interior do paísvizinho. No último dia 24, os chamados “marrons” –quilombolas surinameses, descendentes de escravos, que mantêm suastradições e leis próprias – atacaram brasileiros, chineses ejavaneses com agressões físicas, estupros e depredações.Pordeterminação da Embaixada do Brasil em Paramaribo, os brasileirosforam retirados da região de Albina. A maioria está hospedada emquatro hotéis na capital do Suriname, alguns foram para casa deamigos e um pequeno grupo retornou ao Brasil. De acordo com relatos,em Paramaribo, os brasileiros podem andar pelas ruas e frequentar ocomércio, sem ameaças.