Eleições no Chile polarizam esquerda e direita

04/01/2010 - 10h30

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No próximo dia 17, oschilenos mostrarão nas urnas e com os votos se o país quer umgoverno de direita ou de esquerda. Os candidatos Sebastián Piñera(Alianza) e Eduardo Frei Ruiz (Concertación) se esforçam paraganhar a confiança do eleitorado e não escondem as restrições quetêm um em relação ao outro.O empresário Piñeratenta se apresentar como um conservador diferente de seusantecessores, uma vez que não é ligado aos militares e fez campanhacontra o prolongamento do mandato do ex-presidente Augusto Pinochet,em 1989. É um dos homens mais ricos do país, dono da empresa aéreaLan Chile, da rede de televisão Chile Visión e do time de futebolColo Colo.Tanto no primeiro turnoquanto agora, Piñera concentrou seu discurso na necessidade demudança. O tom escolhido agradou ao eleitorado chileno, que permitiuque ele abrisse uma diferença de 14 pontos percentuais em relaçãoa Frei Ruiz. A principal queixa dos chilenos é que Frei Ruiz nãofaria um governo diferente do que comandou de 1994 a 2000, encerradocom uma baixíssima popularidade.O ex-presidente da República foi escolhido candidato da Concertación– coligação da presidente Michelle Bachelet -, mesmo tendoadversários com mais votos internos. Ele foi designado por ter umperfil mais ao centro do que os demais da coligação. Durante acampanha, Frei foi apontado como um personagem frio e poucocarismático.Na reta final daseleições, Frei tenta mudar sua imagem. Em companhia decorreligionários e de parentes, o ex-presidente planeja percorrer asprincipais cidades, visitar os eleitores e pedir votos pessoalmente.Também faz campanha com um tom mais agressivo, criticando apossibilidade de o Chile ter um homem de direita no comando do país.