Amazonas produz cerâmica vegetal a partir de resíduos florestais não madeireiros

04/01/2010 - 6h54

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Desde abril de 2008, a cerâmica vegetal, feita a partir de sementes de frutos típicos do Norte como o açaí, o tucumã e até mesmo do ouriço da castanha  (oouriço é o fruto da castanheira que contém de 11 a 22 castanhas) está sendo fabricada no Amazonas e comercializada para revestir paredes e móveis.Segundoo engenheiro agrônomo e mestre em Sistemas Florestais, Aguimar Simões,a matéria-prima é considerada resíduo florestal não madeireiro e tem capacidade de se transformar em revestimentosespeciais comparáveis, em beleza e qualidade, aos melhores porcelanatoscomercializados atualmente.“Toda matéria-prima utilizada paraprodução da cerâmica vegetal vem do interior do estado. Contamos com otrabalho de associações extrativistas de Manicoré, Lábrea, Humaitá,Tefé, entre outros municípios”, disse à Agência Brasil.Oprocesso produtivo da cerâmica vegetal do Amazonas é consideradoecologicamente correto, pois aproveita os resíduos da floresta paraa geração de produtos usados em decoração de interiores e comaparência exclusiva. A empresafabricante tem três linhas de produção e conta com apoiofinanceiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas(Fapeam), por meio de um programa de fomento para  micro e pequenas empresasinteressadas no desenvolvimento de produtos e de processos inovadores. Todaa fabricação da cerâmica vegetal é feita em Manaus. Os produtos,vendidos por metro quadrado, podem ser encontrados com aparêncianatural de sua matéria-prima ou ganhar cores diversas. As placasconfeccionadas a partir das pastilhas de castanha do Brasil são oproduto principal da empresa. Rio Grande do Sul e Santa Catarina são osprincipais compradores. Para este ano, aexpectativa da empresa é ampliar a produção, inclusive buscando o mercado externo. Os produtos já começaram a ser divulgados nos Estados Unidos e na França. Em maio, os produtos serão expostos em um evento de decoração em Paris.“Otrabalho estará focado na produção para o distribuidor e para olojista. É uma estratégia visando ao crescimento da empresa”, acrescentou.