Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aaprovação do Orçamento Geral da União para o ano que vem na noite de ontem (22) só foi possível após uma ampla negociação envolvendo aliados dogoverno e da oposição. Os governistas tiveram que ceder para ver a peçaorçamentária aprovada poucos minutos antes de o Congresso Nacionalentrar em recesso parlamentar. A oposição exigiu que o relator doorçamento, deputado Geraldo Magela (PT-DF), desistisse de todas asemendas de investimento que havia apresentado.Da tribuna doCongresso, Magela afirmou que abriria mão de suas emendas para ver oorçamento aprovado ainda este ano. “Foi uma grande vitória do governoque conseguiu aprovar o orçamento, que precisava aprovar. Imaginem se oorçamento não fosse aprovado, não teríamos recursos para aumentar o salário mínimo para R$ 510, não teríamos recursos para pagar os aposentados, não teríamos recursos para atender a saúde e agricultura e seria um prejuízo para o país”.SegundoMagela, as emendas que ele havia apresentado à proposta orçamentária eram destinadas, sobretudo, às obras e ações para a realização daCopa do Mundo de 2014. “Alguns locais que estavam fazendo obras deacesso a estádios, obras de infraestrutura turística agora não vão maisreceber esses recursos”, disse. Ele informou que as emendas somavam cerca de R$ 1,2 bilhão.De acordo com ele, odinheiro que seria destinado a obras da Copaserá dividido entre todos os estados, através das emendas de bancadasque, em sua maioria, não se destinam a obras voltadas ao evento esportivo. “Mas issonão será um prejuízo porque os estados vão receber mais recursos dasemendas de bancadas”, garantiu.Outro ponto que o governo teve quenegociar com a oposição foi o do dispositivo que previa que o governo poderia remanejar até30% dos recursos destinados a obras do Programa de Aceleração doCrescimento (PAC) sem autorização do Congresso Nacional. A oposiçãotentou baixar esse percentual para 10%, mas conseguiu passar opercentual para 25% de cada obra do PAC. Aoposição, que desde o início dos trabalhos dizia ser favorável àaprovação do orçamento ainda este ano, mas que defendia a resolução dealgumas questões antes de votar, também comemorou a aprovação daproposta. O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), disse quetinha percebido muitas distorções no relatório de Magela e que a nãovotação o entristecia, mas disse que diante das alterações feitas noparecer com as últimas negociações aceitou votar o orçamento.Olíder do Democratas, deputado Ronaldo Caiado (GO), disse que a oposiçãotrabalhou bem e sintonizada, o que permitiu avançar em muitos aspectos noparecer do relator, melhorando o texto que foi apresentado para votaçãodos deputados e senadores. “Tivemos resultado positivo na noite de hojecom a aprovação do orçamento para o ano que vem."