Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Economistas ouvidos hoje (23) pela Agência Brasil apostamem aumento do valor das principais ações negociadas na Bolsa deValores de São Paulo (Bovespa) em 2010. Para eles, odesempenho da Bovespa em 2009, com suas principais açõesvalorizadas, na média, em aproximadamente 80%, não se repetirá, mas deverá haver um crescimento moderado. “Esses 80% nãoforam, a rigor, uma valorização", disse o professor KeylerCarvalho Rocha, da Faculdade deAdministração e Economia da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, isso foi a recuperação da queda que havia ocorrido."A Bolsa tinha chegado a 73 mil pontos, caiu para 29 mil, e depois serecuperou. Está agora em 67 mil, aproximadamente. Ela nem chegou aopatamar em que estava.”. Rocha ressaltou que o crescimento não deverá chegar a 80%, como neste ano, em que houve recuperação. "[A Bovespa] vaicrescer em um patamar mais moderado, mas muito positivo de, digamos, uns20%. Ou até um pouco mais”, completou. De acordo com oprofessor, pode-se esperar melhor desempenho das ações de empresasvoltadas para o mercado interno ante as corporações que têm maiordependência do mercado externo, onde a crise ainda traz algumainsegurança. “O câmbio também vai prejudicar a performance [dasempresas exportadoras]. Nas empresas voltadas para o mercado interno,aí, sim, podemos acreditar em uma boa perspectiva.”Aprofessora de análise econômica da Escola de Administração de Empresasda Fundação Getulio Vargas (FGV) Celina Ramalhodestacou, no entanto, que mesmo as ações das empresas exportadoraspoderão ter bom desempenho na Bolsa. “Várias empresas brasileirasvoltadas para o mercado externo apresentam uma posição interessante. AAlpargatas, que exporta as [sandálias] havaianas, por exemplo. Na crise, as açõesda Natura [empresa do ramo de cosméticos] decolavam. Não há uma regra”, diz. Segundo Celina, os indicadores do país justificam um crescimento e um desenvolvimentoconsiderável no próximo ano em 2010 e esse movimento deverá ser seguido pela Bolsa de Valores. “A Bolsa continua muito forte. A grande perspectivaé por conta particularmente da economia brasileira, que tem todas as características que cabem em teoria econômicapara justificar o crescimento e desenvolvimento.”A professora lembrou que o país já recebeu o grau de investimento deimportantes agências e tem investido em formação bruta de capital fixo(máquinas, equipamentos, construções), fatores determinantes para oaquecimento da economia. “A tendência é de manutenção ecrescimento da economia refletido na Bolsa de Valores. No ano que vem, provavelmente haverá muitas empresas abrindo capital. Essa é umaperspectiva”, concluiu.