Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Opresidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto,disse hoje (17) que o tribunal vai apurar o susposto esquema de corrupção em Brasília, se o Ministério Públicolevar à Justiça Eleitoral as denúncias contra integrantes do governo doDistrito Federal que não tenham declarado integralmente os gastosfeitos na campanha de 2006.Durante a cerimônia de posse doministro do Supremo Tribunal Federal (STF), José Antonio Dias Toffoli,como ministro substituto do TSE, Britto disse à Agência Brasil que oTSE tem evitado falar sobre o episódio Operação Caixa de Pandora poracreditar que ele ainda vá se tornar um caso concreto, tendo que serjulgado pelo tribunal. Por isso, os ministros se veem impedidos deantecipar julgamentos. Ainda segundo Britto, por maiores que sejam as evidências de que possa ter havido crime eleitoral, o TSE só pode apurar as denúncias quando provocado. “Noscabe ficar de prontidão, de vigília, mas, neste caso, não podemos fazernada senão aguardar que o Ministério Público nos provoque. Cabe aoMinistério Público bater às portas da Justiça Eleitoral com umarepresentação, nos trazendo dados que nos permitam abrir formalmente umprocesso". Entre ospolíticos citados pelo ex-secretário de Relações Institucionais doDistrito Federal, Durval Barbosa, como beneficiários do esquema decorrupção investigado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelaPolícia Federal (PF), em Brasília, ao menos um deputado distrital jáadmitiu publicamente ter sonegado informações sobre seus gastos de campanha.Gravadoguardando dinheiro em suas “vestimentas”, o presidente licenciado daCâmara Legislativa do Distrito Federal, o deputado LeonardoPrudente (DEM), revelou não ter declarado à Justiça Eleitoral a quantia recebida para financiar parte dos gastos de sua campanha.