Douglas Correa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Um passeio ciclístico de cerca de 5 quilômetros pela orla da zona sul deu início, na manhã de hoje (7), ao Viradão Esportivo no Rio. O Viradão, que termina amanhã (8), é um evento que usa o esporte como ferramenta de inserção eintegração social e está sendo promovido simultaneamente em todos os estados brasileiros. Com o tema Família, o evento deste ano busca ressaltar a importância dessa instituição na construção dos valores dacidadania.O passeio ciclístico, entre o Leblon eo Arpoador, reuniu mais de 100 ciclistas profissionais e cerca de 20 atletasamadores, entre eles, o ministro das Cidades,Marcio Fortes, um incentivador do uso da bicicleta não sópara passeios, mas também como meio de transportepara o trabalho.“O clima do Rio é favorável ao uso da bicicleta, principalmente nos meses de maio e junho, em que a temperatura está mais amena, não chove e não tem uma nuvem no céu. Vamos escolher os melhores momentos e usar a bicicleta. Com paletó e gravata, não tem problema nenhum”, afirmou Fortes.Segundoo ministro, é preciso acabar com a ideia de que, para andarde bicicleta, a pessoa precisa estar de estar de sunga ou de bermuda. “Em Brasília,várias vezes, eu usei paletó e gravata e fui para o trabalho debicicleta.”O dentista Carmelo Sansoni, de 57 anos, também vai de bicicleta para o trabalho. Pelo menos três vezes por semana, ele sai pedalando de Botafogo até o Leblon, onde tem consultório, usando a ciclovia da Lagoa. Ciclista há dezanos, Carmelo diz que ir para o trabalho de bicicleta no Rio é umaótima medida e bem mais saudável, mas aponta algumas melhorias quedevem ser criadas para incentivar o esporte: “Épreciso criar mais ciclovias, dar mais infraestrutura e manutenção permanente. E o governo tem de incentivar o hábito, não só paralazer, mas para o trabalho também.” O secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, considera ínfimo o número de pessoas que usam a bicicleta como meio de transporte no Rio de Janeiro(3%), mas acredita que isso pode mudar com o programa Rio Estado da Bicicleta, que vai incentivaresse hábito pela população. Lopes citou a capital alemã, Berlim, onde o índice de uso dabicicleta, em 2003, era de 5%. Como a Alemanhairia sediar a Copa do Mundo de 2006 e precisava de opções deestacionamento, o governo investiu maciçamente em programas dedivulgação da bicicleta, como modo de transporte ideal para distânciasentre três e cinco quilômetros e em locais de difícil estacionamento. “Dessa forma, em três anos, a mobilidade por uso de bicicleta aumentou para 10% e, atualmente, está na ordem de 15%.”NoRio, o Viradão Esportivo vai ocupar 33 horas ininterruptas de práticasesportivas. Os principais polos esportivos estão sendo o bairro daLapa, na área central da cidade; o Centro Esportivo e Cultural daCentral Única de Favelas (Cufa), em Madureira, além do Piscinão deRamos e da Vila Olímpica da Mangueira, os três na zona norte da cidade.