Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois decriada a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI)do MST, vem o próximo passo: a indicação dosintegrantes. A oposição ameaça obstruir asvotações em plenário na Câmara e no Senadose, em dez dias, o governo não fizer a indicaçãodos parlamentares para compor a CPI Mista.O deputadoOnyx Lorenzoni (DEM-RS), um dos responsáveis pela coleta deassinaturas para a criação da CPI, não descartaainda recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir ainstalação da Comissão. “A mesma determinaçãoque nos fez apresentar o requerimento, vai nos fazer instalar a CPI.No Supremo tem matéria pacificada, ele vai mandar instalar aCPMI por unanimidade.”Porenquanto, aposta no diálogo com o governo para garantir ofuncionamento da CPI Mista. “Temos capacidade de buscarentendimento. Com diálogo vamos fazer a composiçãopara que a CPI funcione”, disse. Mas acrescentou que a oposiçãovai indicar nomes para ocupar a presidência ou a relatoria daComissão. “Vamos trabalhar para que uma das vagas fique coma oposição.”Regimentalmente,a presidência e a relatoria cabem aos partidos com maisrepresentação na Casa: na prática, PT e PMDB –partidos da base e contrários a CPMI. O líder dogoverno na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), disse que asconversas pelo comando da comissão serão “complexas edemoradas”. “Vamos estudar o cenário. Há asprerrogativas regimentais”, disse.Para ele,a criação da CPI Mista foi um equívoco.“Precisamos de paz no campo, mas, temos o número deassinaturas e temos de cumprir”, comentou.A CPI seráformada por 34 parlamentares – 17 deputados e 17 senadores. E vaiinvestigar o repasse de recursos federais para organizaçõesnão governamentais que, segundo a oposição,seriam ligadas ao MST e usariam o dinheiro para financiar omovimento.