Ivan Richard e Iolando Lounrenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Acomparação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que seJesus Cristo estivesse aqui teria que negociar até com Judas paraaprovar projetos no Congresso, repercutiu no Parlamento. O líder do DEMna Câmara, Ronaldo Caiado (GO), criticou a forma do presidente fazerpolítica. Já o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), minimizoudizendo que num governo de coalizão, às vezes, não se pode escolher os parceiros.Hoje (22), em entrevista ao jornal Folhade S.Paulo, o presidente Lula afirmou que nunca teria feito concessãopolítica, mas sim acordos. Para explicar a coalizão de váriospartidos, Lula comparou o cenário político do país à passagem bíblica datraição de Judas a Jesus Cristo.“Uma forma de evitar a montagemdo governo é ficar dizendo que vai encher de petista. O que a oposiçãoquer dizer com isso. Era para deixar quem estava. O PSDB e o PFL (hojeDEM) queriam deixar nos cargos quem já estava lá. Quem vier para cá nãomontará governo fora da realidade política. Se Jesus Cristo viesse paracá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria dechamar Judas para fazer coalizão”, disse o presidente.“Ele [Lula] realmente expôs amaneira como ele realmente trabalha em política. A única comparação quenão é compatível é ele querer representar a figura de Cristo, aocontrário”, disse Caiado.Henrique Eduardo Alvessaiu em defesa de Lula. “Não entendi bem o significado da fala dopresidente e vou ler melhor. Mas para governar é preciso fazercoalizões onde, muitas vezes, se escolhe parceiros e, por necessidadesestratégicas, não pode escolher os parceiros. São os [parceiros]possíveis, mas sempre dentro do limite ético que tem norteado o governoLula”, argumentou o peemedebista, que criticou a oposição.