Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Deputados brasileiros reforçaram hoje (29) a necessidade de restabelecer a ordem democráticaem Honduras e da realização das eleiçõesmarcadas para 29 de novembro. Amanhã (30), seisdeputados da Comissão deRelações Exteriores da Câmara vão viajar para aqueles país, que há mais de três meses vive uma crise institucional, provocada por um golpe de Estado que derrobou o presidente Manuel Zelaya. Segundo odeputado Maurício Rands (PT-PE), a missão verificará a situaçãodos brasileiros que vivem no território hondurenho e naembaixada brasileira em Tegucigalpa, capital do país centro-americano.“Nossa funçãoé de diplomacia parlamentar para ajudar a preservar a segurançados quase 500 brasileiros que morram em Honduras e a incolumidade damissão diplomática brasileira em Honduras”, afirmou o parlamentar, que faz parte da comissão que viajará ao pais.Ele disse ainda que nãohá encontros marcados com o golpista RobertoMicheletti e nem com o presidente deposto Manuel Zelaya. Rands disse também queespera o retorno da ordem democrática em Honduras e arealização das eleições em novembro. "Queremos um desfecho que respeite a vontade soberana do povo aoeleger seus governantes e não quebre essa tradiçãorecente da América Latina de consolidação dademocracia.”O deputado Ivan Valente(P-SOL- SP), que também faz parte do grupo que vai a Honduras,disse que a solução para o conflito é politica.“ Entendo que deve-se restituir o presidente democraticamenteeleito e a partir daí abrir um processo eleitoraldemocrático.” Ele afirmou ainda que é preciso acabar com a repressão emHonduras. Valente também ressaltou quea missão é, acima de tudo, humanitáriae que o diálogo vai ser estabelecido com o parlamento deHonduras. “Nosso status de parlamentar não permite que agente exerça esse papel [de mediador do governobrasileiro]. Podemos dialogar com o parlamento de lá, oque é uma relação de igual para igual”,explicou.O deputado FernandoGabeira (PV-RJ), que faz parte da comissão, defendeu a realizaçãode eleições como forma de resolver o conflito, masalertou que para isso é preciso revogar o estado de sítioe também que o Brasil defina a situação deZelaya.“O caminho éempurrar a crise até que haja eleições e paraisso é preciso que no final da semana caiam todos osdispositivos do estado de sítio para que se realizem aseleições. Além disso, o Brasil deve definir acondição do Zelaya. Temos dito que ele é hospededa embaixada brasileira, mas essa categoria não existe nostratados internacionais”, afirmou Gabeira.Os deputados que vãoa Honduras ainda esperam a concessão do visto para entrar nopaís. A viajem está programada para amanhã eeles seguem até El Salvador num avião da ForçaAérea Brasileira e vão para Honduras em voo comercial.