Presidente da CNI defende maior liberação de depósitos compulsórios

12/02/2009 - 0h06

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, defendeu uma liberação ainda maior do depósito compulsório para aumentar a disponibilidade de recursos no mercado financeiro. Segundo Armando Monteiro o problema do crédito continua, sobretudo, na pequena e média empresas. O presidente da CNI reclamou também da política monetária, por entender que "continua atrasada em relação à própria dinâmica da crise". "Acho que devemos ter novo movimento de liberação de compulsórios para tentar irrigar mais ainda o sistema financeiro", disse.Armando Monteiro, que está sendo recebido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, também pediu mais agilidade na compensação de créditos tributários, mas entende que não falta ousadia por parte do governo quanto se trata de desonerar pontualmente certos setores importantes da economia. "Acho que dosagem tem sido adequada, até porque o governo tem que adequar isso ao próprio desempenho da arrecadação, ou seja, nós não queremos de forma alguma pôr em risco o financiamento das atividades do setor público", afirmou.O presidente da CNI defendeu, no entanto, cortes nos gastos correntes para que se possa elevar o investimento em infra-estrutura e na área social. Segundo ele, isso poderia ser feito com a eliminação de "gastos de má qualidade", que não são produtivos. Embora avalie que é cedo para fazer previsões, Armando Monteiro Neto acredita que o primeiro trimestre deste ano deverá ser melhor do que o últimos três meses de 2008, porque houve uma certa acomodação e estabilidade no nível da atividade econômica. "Temos notícias que são de certo modo positivas, embora seja cedo para falar numa recuperação da atividade econômica. Nos vínhamos em queda livre até dezembro e o processo agora, ao que parece, se acomoda e acredito que possa dar margem a uma certa recuperação", afirmou. O presidente da CNI não acredita que a indústria automobilística "tenha errado a mão", ao reduzir a produção em dezembro e se recuperar em janeiro. Para ele, essa avaliação é difícil, pois no mundo inteiro o setor enfrentou queda muito forte, com reflexos no Brasil."Evidentemente empresas no Brasil são conectadas, filiais de grandes montadores e, portanto, essa percepção de queda da atividade do setor se transmite pelo mundo. O importante é que a indústria automotiva tem capacidade instalada para produzir muito mais, portanto, retomar a produção é algo fácil.”