Psicóloga da Defesa Civil destaca importância da prevenção para enfrentar desastres naturais

10/02/2009 - 22h19

Da Agência Brasil

Brasília - A psicóloga da Secretaria Nacional de Defesa Civil, DanielaCunha Lopes destacou a necessidade de informação e prevenção para enfrentardesastres naturais, em oficina realizada na tarde de hoje (10) no EncontroNacional de Prefeitos. “O maior risco que hoje existe nesse país é o risco de nãoperceber o risco”, afirmou. Segundo dados do IBGE, em 2008 o Brasil tinha5.565 municípios, dos quais 4.299 possuiam coordenadorias municipais da defesacivil (Comdec). “Mas a maioria só existe no papel, e só aparece quando odesastre acontece”, disse ao defender que os órgãos da Defesa Civilfaçam mais ações de prevenção, e informem a população. Para a psicóloga, "não existe risco zero, o que podemos é construir umaconvivência com o risco”, destacando que, para isso, énecessário dar acesso à informação. Ela informou que a Defesa Civil oferece cursos para osmunicípios, e realiza fóruns nacionais com as prefeituras, para desenvolver a“construção da percepção de risco”. Nesse sentido, citou a importância daconstrução dos núcleos comunitários de defesa civil e do envolvimento dacomunidade nas ações do órgão.Luzia Coppi Mathias, prefeita de Camboriú (SC), municípioatingido pelas chuvas em Santa Catarina, afirmou que não estava preparada paralidar com a enchente que deixou desabrigada ou desalojada 10% da população dacidade.“Ninguém se preparou, achávamos que não ia ocorrerdeslizamento, caíram 18 casas, a água veio por baixo, levantou a terra e ascasas caíram como dominó” afirmou.A psicóloga disse que os danos de um desastre natural sãomaiores, dependendo da vulnerabilidade da população “Eu proponho que a gentepasse a pensar o desastre como resultado de um processo de exclusão social”afirmou. “Todo ano vai continuar morrendo [gente] se a gente continuar nesseprocesso de exclusão de políticas públicas”.A Política Nacional de Defesa Civil brasileira é de 1994,por isso ela precisa ser repensada, segundo Lopes, e também valorizada, porqueo Brasil é o único país da América Latina a possuir essa política.