Líderes reivindicam intervenção de Sarney nas negociações para as comissões permanentes

10/02/2009 - 21h15

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Líderes partidários da base do governo e da oposição começaram a defender hoje (10) que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), entre de imediato nas negociações para compor as presidências das comissões permanentes. Eles temem que eventuais disputas principalmente nas comissões de Relações Exteriores (CRE) e na de Infra-Estrutura criem um clima de confronto nas outras comissões e na Casa.“Aquilo que se conseguiu na eleição da Mesa Diretora, que foi o início da pacificação entre os partidos, pode acabar num clima de confronto no Senado. Líder não arbitra líder”, avalia um dos líderes entrevistados pela Agência Brasil.Sarney, no entanto, mantêm-se à distância das discussões. Mas, é constantemente informado por parlamentares sobre o andamento das negociações e da busca de um entendimento. A posição do presidente do Senado é de deixar que os líderes se entendam na divisão dos cargos das comissões.Na Comissão de Relações Exteriores o petebista Fernando Collor de Mello (AL) já avisou que não abre mão do cargo mesmo que tenha que disputá-lo com o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) que, pelo critério da indicação pela proporcionalidade das bancadas tem direito à presidência.Hoje, Azeredo se reuniu com Collor para uma conversa. Azeredo teria relatado a um colega de partido que Fernando Collor está irredutível e disposto a ir para o voto. Ele defende, de acordo com este senador, que a presidência da CRE foi uma promessa do PMDB ao PTB na composição de apoio a candidatura de Sarney e que é o único cargo que pode ocupar, no Senado, na qualidade de ex-presidente da República.O PSDB, DEM e o PT já fecharam o apoio a Azeredo. O argumento é o mesmo entre os senadores deste partido: o voto no senador tucano não significa uma rejeição pessoal a Fernando Collor de Mello, mas o cumprimento de um acordo fechado há dois anos e a obediência do critério da proporcionalidade partidária.Já no PMDB, a palavra de ordem é negociar para evitar o confronto. No que diz respeito a Comissão de Relações Exteriores, caso não haja um acordo até a próxima semana, a tendência é de que os peemedebistas apóiem Fernando Collor.Outro foco de disputa reside na Comissão de Infra-Estrutura, pleiteada pela petista Ideli Salvatti (SC) e o peemedebista Valdir Raupp (RO). Nesta comissão, também, deve prevalecer a aliança DEM-PSDB-PT para eleger a senadora catarinense, caso não haja um acordo.