Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Líderes da base do governo e da oposição no Senado decidiram hoje (11) agir paraisolar a provável disputa entre PTB e PSDB pela presidência da Comissãode Relações Exteriores. A intenção é não contaminar as indicaçõespartidárias para as demais comissões.Em um encontro entre oslíderes do governo, Romero Jucá, do PMDB, Renan Calheiros, doPSDB, Arthur Virgílio Neto, e do DEM, José Agripino Maia, ficouacertado que as presidências das comissões serão decididas na terça-feira (17), com ou sem acordo.“Na terça,vamos bater o martelo em todas as comissões. Pela conversa que tivemos,a disputa na Comissão de Relações Exteriores não contaminará as outrascomissões”, afirmou um dos presentes na reunião.Mesmo assim, aintenção é tentar até o último momento um acordo entre os doiscandidatos - Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Fernando Collor de Mello(PTB-AL). Os líderes, entretanto, consideram praticamente improvávelqualquer entendimento, uma vez que ambos já decidiram disputar o cargono voto.A avaliação dos líderes é de que o Senado não podecontinuar com os trabalhos paralisados por causa da falta deentendimento entre os partidos. A Medida Provisória nº 445, por exemplo,que desobriga a Caixa Econômica Federal (CEF) de repassar seus lucrosao Tesouro Nacional até 2011, está pronta para ser votada em plenário.Apedido do governo, o líder Romero Jucá está incluindo algunsdispositivos no texto da MP para ampliar a renegociação das dívidasagrárias. Com isso, a medida provisória terá que retornar à Câmara dos Deputados para nova apreciação.Umdos líderes afirmou que, na reunião, foi acertado que cada um vaiconversar com suas bancadas para acomodar as reivindicações dos colegasde partido. Já Romero Jucá trabalha para acertar as composições queenvolverão os partidos da base do governo.A comissão deInfra-Estrutura, por exemplo, é disputada entre o PT e o PMDB. “Oslíderes vão definir o perfil de suas indicações de acordo com ascomissões que couberem a seus partidos”, afirmou um dos líderes. Outradecisão é de que as indicações feitas pelos partidos serão respeitadaspelas demais bancadas.Apesar de todos os esforços para evitarque a provável disputa entre PTB e o PSDB não atrapalhe as indicaçõespara as outras comissões e até mesmo os trabalhos no Senado, há quempense o contrário. Um líder da base aliada acredita que a disputa “vaitrazer seqüelas, qualquer que seja o resultado”.