MPF recorre contra acusados de desviar verbas na máfia dos sangessugas

10/02/2009 - 12h29

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Ministério Público Federal, em Jaú, apresentou pedido de liminar contra os empresários Darci José Vedoin, Luiz Antônio Trevisan Vedoin e Ronildo Pereira de Medeiros, os ex-deputados federais, Ildeu Alves de Araújo, Irapuan Teixeira e Wanderval Lima dos Santos e contra o ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, Gastão Wagner de Souza Campos, acusados de atos de improbidade administrativa na operação conhecida como a máfia dos sanguessugas.A máfia dos sanguessugas refere-se aos desvios de recursos do Fundo Nacional da Saúde para compras de ambulâncias para diversas cidades por meio de convênios firmados com o Ministério da Saúde. A ação, descoberta em operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, em Mato Grosso, envolveu deputados, prefeitos, e empresários, além de servidores públicos.De acordo com nota do MPF, os prejuízos aos cofres públicos federais, chegaram a cerca de R$ 610 mil. No processo, são acusadas ainda as servidoras do Ministério da Saúde: Ana Olívia Masolelli e Paula Oliveira Menezes e as funcionárias da Irmandande da Santa Casa de Misericórdia de Dois Córregos, Mara Silvia Haddad Scapim e Palmyra Benevenuto Zanzini.Foram firmados seis convênios irregulares entre o Ministério da Saúde e a Santa Casa de Misericórdia de Dois Córregos. Em todos eles, com superfaturamento e sem licitação. Por meio da nota, os procuradores da República, em Jaú, Marcos Salati, e de Bauru, André Libonati, Fábio Biaconcini de Freitas e Fabrício Carrer, autores da ação, destacaram que “não restam dúvidas de que o instrumento ora em análise fora executado pela organização criminosa em questão, para propiciar o desvio de recursos públicos”.Os procuradores solicitaram à Justiça o confisco dos bens dos acusados e pediram um levantamento das declarações do Imposto de Renda deles referente aos últimos cinco anos. Também exigiram o afastamento das funcionárias da Santa Casa, e o desligamento dos demais acusados de seus cargos públicos e políticos, além de pagarem multas no valor de duas vezes o dano causado aos cofres públicos.