Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil quer colaborar com o Haiti no desenvolvimento de programas baseados na experiência brasileira de implantação de cisternas no Semiárido nordestino e do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), realizados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O Haiti tem 8,9 milhões de habitantes e a maioria depende da agricultura de subsistência. Metade da população é analfabeta e mais de dois terços não possuem empregos formais. O país é o 146º do mundo na classificação do índice de desenvolvimento humano. O governo do Haiti tem interesse de usar a experiência brasileira para elaborar política pública de atendimento às familias que vivem na zona rural e que têm dificuldade de acesso a água potável e à obtenção de alimentos. Os agricultores haitianos plantam arroz, feijão, milho e mandioca, e podem ser beneficiados pelo Programa de Aquisição de Alimentos, que consiste na compra de produtos da agropecuária para as populações em situação de insegurança alimentar e nutricional. Trata-se de apoio social que, conforme o MDS, também tem significado importante para inclusão social. O secretário Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Crispim Moreira vai passar cinco dias no Haiti, a partir de segunda-feira (09/02) para apresentar às autoridades haitianas o projeto brasileiro. Essa cooperação é fruto de acordo firmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente do Haiti, René Préval, durante viagem de Lula, em maio do ano passado, àquele país. Para o secretário Crispim Moreira, os dois programas brasileiros se adaptam bem à realidade do Haiti. A cooperação entre os dois países, que envolve a participação da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE) vai beneficiar um grande numero de famílias no campo e na cidade.