INB quer exportar excedente de urânio extraído das minas brasileiras

19/11/2008 - 19h46

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O superintendente de Produção Mineral das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), AdrianoMaciel Tavares, disse que o momento atual, com o mercado global de urânio aquecido, é umaboa oportunidade para o país aproveitar para exportar o excedente de suas reservasdo mineral.Adriano Maciel informou que o consumomundial hoje é da ordem de 70 mil toneladas por ano e que o preço variaatualmente entre os US$ 150 aUS$ 200 dólares o quilo.Com reservasestimadas em torno de 309 mil toneladas de urânio, “abundante para atender aopaís”, o presidente da INB disse que o país poderia exportar na faixa de mil toneladas/ano,mesmo com a entrada em operação de novas usinas nucleares, além de Angra I eII.“A idéia seria de exportar umvolume estimado em mil toneladas de urânio beneficiado a cadaano, mas a intenção esbarra na falta de regulamentação especifica e da decisãopolítica do governo federal”, disse.Adriano Maciel disse ainda que o país precisa de mais investimento no setor para voltar a realizar pesquisas, descobrir novas reservase explorar o imenso potencial existente para a produção de urânio em largaescala“O último investimentos que fizemos em pesquisa foi em 1985. A verdade é que aspesquisas estão paradas atualmente no país e em números aproximados foramgastos apenas US$ 160 milhões para realizá-las no país, embora tenham umpotencial enorme de produção”, afirmou.O executivo da INB estimou que o país possa atender ademanda nacional com urânio totalmente enriquecido no Brasil, mesmo com a projeção de construção de novas usinas nucleares nos próximos anos.“É a auto-suficiência total, qualquer que seja o horizontede nucleares, quatro, oito, as unidades de Angra. O país está trabalhando parachegar a 2014 dominando todo o ciclo de enriquecimento de urânio”, garantiu.Adriano Maciel Tavares disse que com a entrada em produção damina de Santa Quitéria, no Ceará, em 2012, o país estará produzindo, só nessaunidade, 1.200 toneladas de urânio, volume que saltará para 1.500 toneladas em dois anos. “Nossa projeção, e estamos trabalhando para isto, é de que Caitité(BA) - mina de urânio explorada em parceria com a Galvani fertilizantes – possa também estar produzindo, em 2011, outras 800 toneladas. Então, ou teremos uma grande quantidade de urânio estocada, ou vamos ter que exportar. Masa expectativa é de que, em 2013, nós cheguemos para o governo e avisemos: olhanós temos este excedente, podemos exportar?”